domingo, 25 de abril de 2010

Familia

FAMÍLIA
Inspirada em um Livro chamado "O poder da esposa que ora" (Mundo Cristão), a autora, pensando na situação das famílias cristãs dos nossos dias, mostra o drama de uma família.
O conflito entre pai e mãe, conseqüencia nos filhos...
A disposição em mudar, a mania de jogar a culpa nos outros... Jogar tudo pra cima?
A participação de uma pessoa mais velha Mãe/Sogra, a vizinha fofoqueira...
Personagens: Professora, 5 Crianças ou Adolescentes, Ana – Criança, Igor – Adolescente , Dona Maria. – Adolescente Vestida de Idosa,

Cena I

Professora da escola dominical esta sentada em roda com as crianças aproximadamente 7 crianças)

Abrem-se as cortinas estão todos a postos no meio da sala

Narrador : apresentador
Professora: Isto mesmo crianças, nós devemos obedecer a Deus , e obedecer os nossos pais e orar por eles. Quem aqui ora por seus pais ? E pelo que pedem a Deus ?
Criança 1: Eu oro por meus pais todos os dias. Para que eles consigam comprar a nossa casa
Criança 2: Eu oro para que Deus sare a minha mamaezinha, que sente uma dor no joelho.
Criança 4: Eu oro todos os dias para a minha mãe ter bastante paciência e não me bater.

(Igor e Ana ficam calados )

Professora : Ana e Igor não querem falar? ( pergunta suavemente)
Ana: Hum eu oro sim Tia, mas é que eu tenho vergonha de falar... rs
Professora: Não precisa ter vergonha
Ana: Ah tia, é que eu não sei como dizer.
Igor : É melhor você não dizer mesmo, senão depois vai sobrar para você. ( fala avisando, mostrando – se preocupado)
Ana: Tia ! Eu oro todos os dias por meus pais, para eles pararem de brigar tanto. Isto me entristece o coração.
Professora (fica um pouco desconcertada, ) Vamos todos dar as mãos nesse momento e orar juntos por nossa família.
Professora: ... Senhor neste momento nos estamos aqui....

(Fecham-se as cortinas lentamente)


Cena II – Casa Fernando / Patrícia

(Fernando esta sentado assistindo a TV/ lendo o jornal, enquanto Patrícia prepara a café da manhã)

Patrícia : Amor... Você me ajuda aqui com a mesa enquanto eu coloco a água para ferver pra fazer o café?
Fernando: ahaannn... (responde longamente sem se interessar muito no que Patrícia disse )

(Patrícia sai.. demora um tempão e quando volta Fernando ainda não saiu do sofá)

Patrícia: Obrigada Fernando ( fala com ironia)
Fernando: (sem tirar o olho da TV sem prestar atenção na sua esposa) Por nada Benzinho...

(Patrícia pára olha para a platéia seriamente e sai andando)
(Neste momento entram os filhos)

Ana e Igor: BOM dia Pai.

( Fernando pára de assistir por um momento)

Fernando: Bom dia meus amores.

(Todos se dirigem para a mesa de café da manhã a Patrícia demora um pouco pois esta atarefada)

Fernando: Vamos logo Patrícia. Você vai me atrasar dinovo!!!

( Patrícia entra com cara de brava pegas as coisas e arruma a mesa e vai saindo... Fernando interrompe)

Fernando: Você não vai sentar para comer???
Patrícia : Dá para você parar de me cobrar?? Que coisa! Eu estou ocupada e você não me ajuda em nada....
Fernando: EUU!! Não te ajudo? Você que é egoísta não me pede ajuda. Depois fica ai Bufando. Deus me livre dessa mulher. Treco mais mal encarado.
Patrícia : Crianças Vão para o quarto agora.
Ana : Mas mãe... eu vou me atrasar para escola e ainda não comemos.
Patrícia: crianças apenas esperem um pou...
Fernando: Tá vendo sua desleixada vai deixar as crianças sem comer?? ( crianças saem)
Patrícia: Não FERNANDO... minha vontade é de deixar você, ( pequena pausa) passando fome, frio e com coceira.... ( sai batendo a porta)
Fernando : (Fica reclamando) To de saco cheio de tanta cara feia.... que coisa mais chata... eu não tenho paz dentro da minha própria casa. Vou embora sem tomar café mesmo.

(Fernando sai resmungando dizendo que está atrasado para o trabalho)

(Entra Patrícia e as crianças)

Patrícia: Ué cadê aquele homem ranzinza...Vamos crianças, tá na hora da escola, eu separei um lanchinho vão comendo no caminho
Igor: E você mãe não vai comer?
Patrícia: Não filho! Você vai ver... eu vou ficar magrinha, aquele homem esta me tratando assim só porque eu engordei um pouquinho, deixa eu emagrecer para você ver se ele não vai cair nos meus pés.
Igor: Mãe! Acho que não tem nada a ver ! Você parece a Olivia palito! Kkkk
Patrícia: Deixa de ser engraçadinho e vê se para de fazer sua mãe passar vergonha na frente de todo mundo. ( aponta para a platéia)

Cena III – Casa Patrícia e Fernando

(Patrícia chega e vai passar roupas e se lamentar e voz alta )

Patrícia: (Passando a roupa) Não agüento mais isso todo dia é a mesma coisa. Ele mudou... Ele mudou muito... Não é a mesma pessoa... Ah Senhor entra com previdência e muda ele. Porque desse jeito não vou agüentar muito tempo. Todo dia ele me maltrata, grita e me chama de desleixada.

(pequena pausa)

Patrícia: E eu Senhor, eu sou uma santa... Eu não respondo nada, fico calada , só falo quando o desaforo é demais é que abro a boca, Ah Senhor, eu quero esse homem diferente, não quero mais ele assim...
No começo do casamento era um: moranguinho, xuxuzinho, belezinha, amorzinho, tudo com inho, mas agora Deus o livre, ele arruma tanto nome feio pra me humilhar. De moranguinho virei uma melancia, de xuxuzinho virei uma abóbora e assim vai, Ai Deus não sei mais o que fazer. Olha senhor tá na sua mão. Tá na sua mão. Mas eu senhor não vou fazer mais nada, viu. Não vou mais mexer nem uma palha por ele.

( leva um pouco das roupas passadas para fora e quando volta Fernando esta sentado no sofá, entra resmungando baixo e se assusta)
Cena IV – A Briga

Patrícia: Assim não dá .... Não dá Jesus.
Fernando: NÃO DÁ O QUE PATRÍCIA? ( FALA ALTO)
Patrícia: Ah meu Jesus que susto!... Não ... não. Nada não Fernando. Eu só estava cantando aquele hino... Sem Jesus não dá... Você não vai conseguir.... Sabe? Se conhece né..
Fernando: Não conheço não. Pois pra mim parecia que você estava reclamando de mim.
Patrícia: Reclamando EU?? Eu não! E outra benzinho, se você esta preocupado, sinal que tem culpa no cartório hein! Pense você ! Eu tenho motivos para reclamar de você? ( Fala com ironia)
Fernando: Não quero mais discutir com você Patrícia.
Patrícia: Agora você foge da conversa? Vamos lá descubra porque eu estava reclamando de você.
Fernando: Ahan então você estava reclamando de mim? Não é?
Patrícia: Você é louco, eu quis dizer que se eu estivesse reclamando qual era o motivo.
Fernando: Eu sei muito bem o que eu ouvi. Já estou cansado de tanta cobrança, você pega demais no meu pé
Eu não agüento mais essa situação.
Patrícia: Você vai embora? Meu Deus você quer ir embora? Vai me largar com dois filhos ?
Fernando: Eu não disse isso, não disse nada disso. Mas se você continuar assim eu vou mesmo.
Patrícia: Continuar assim....eu estava em paz aqui, você já chegou encrencando comigo..... ( Pequena pausa) E quer saber de uma coisa, afinal porque é que você esta aqui a esta hora?
Fernando: Eu vim embora.
Patrícia: Como assim veio embora?
Fernando: Vim embora ué
Patrícia: Porque?
Fernando: Eu estava cansado.
Patrícia: Cansado? Cansado do que? Você acabou de sair de casa?
Fernando: Oh mulher que pergunta viu ! Você pergunta demais! E você porque ainda não foi trabalhar?
Patrícia: Hoje é minha folga Fernando, não mude assunto. Porque você já voltou do serviço?
Fernando: Eu já disse. EU VIM PRA CASA.
Patrícia: Que você veio pra casa eu já percebi mas Porque? Olha aqui não vamos voltar a conversa do início. Diga logo de uma vez.
Fernando: ( pausa)... Fui dispensado.
Patrícia: Ai Meu Deus eu não acredito. Mas Porque ??
Fernando: Não acredita porque? Isso acontece com todo mundo?
Patrícia: Mas e agora como vamos resolver nossa vida pagar nossas dívidas.
Fernando: Você não confia em mim? Acha que eu vou te deixar passando fome?

( Nesse momento entram as crianças porém os dois nem percebem, as crianças sentam na mesa para almoçar)

Patrícia: Bom até agora pouco você me dizia que ia embora, então não ache que eu espero algum carinho dá sua parte.
Fernando: Meu Deus, Patrícia Você não pensa em mim um minuto, não pensa que eu estou preocupado?
Patrícia: Mas você disse que acontece com todo mundo. E blá, blá, blá. Parecia estar tranqüilo.
Fernando: Patrícia eu não estou tranqüilo, Eu estou preocupado, por isso não queria conversar agora.
Patrícia: Não Fernando! Você não quer conversar agora? Você nunca quer conversar, essa é a verdade.
Fernando: Chega!!
Patrícia: Eu também acho que chega! Chega de me distratar e fingir que eu não existo! Chega de sempre ter que te implorar um carinho, um abraço, chega !
Fernando: Eu te destrato? Para de mentir !
Patrícia: Para de me chamar de mentirosa!
Fernando: Você é uma mentirosa mesmo, Você acha o que? Acha que eu me sinto bem tratado?
Você me cobra o tempo todo. Acha que o eu faço é pouco pra você. Nunca esta satisfeita com nada.( GRITA)

( Ficam em silêncio um bom tempo)

( Saem todos) ( Fecham –se as cortinas, começa a narração e muda o cenário para casa da mãe) Podem-se trocar almofadas e colocar um tapete no chão diferente

Narrador : A situação desta família estava indo cada vez pior , O relacionamento estava muito difícil e a cada dia Patrícia percebia mais defeitos em Fernando e Fernando percebia mais defeitos em sua esposa. Era uma lista de reclamações sem fim.
Cada vez que se encontravam, tinha uma nova briga, um novo motivo. Tudo isso já começava a afetar os filhos. Que a cada dia tentavam levar as brigas dos pais de uma maneira diferente, um dia na tristeza outro dia no conformismo.
Enfim Patrícia estava chateada e a um passo de ..... ir pra casa da sua mãe. .E foi o que ela fez,

Cena VII- Casa da Dona Maria

( Abrem-se as cortinas casa Vazia. Patrícia chega tocando a campainha da casa de sua mãe)

Patrícia: Maãe...
Dona Maria: Oi... Já vou... Já Vou... ( Fala baixinho) Oi minha Filha
Patrícia: Olá Mãe.... Mãe estou tão triste mãe. Mãe eu to desesperada mãe. Não sei mais o que fazer com o Fernando.
Dona Maria : Ahn.. ( faz sinal de que não esta escutando nada!)
Patrícia : (Desaba a chorar) Oh! Mãe ( Falando mais alto) O Fernando e eu não nos agüentamos mais. Não sei mais o que fazer. To fazendo até dieta.( Fala entre soluços)
Dona Maria: Dieta? Para que dieta? Aih Minha filha no meu tempo os homens não tinham problemas com as gordinhas, agora eles gostam de umas moças magras que parece até umas lombrigas secas. ( fala sussurrando)
Patrícia: Ah Mãe, mas o problema não é a dieta, na verdade to fazendo a dieta por conta própria.
Dona Maria: Dá pro cê fala logo o problema certo minha filha, que eu tenho que cuida do meu véio também. ( fala brava)
Patrícia: Ai Mãe que horror! O problema é que agente não se entende mais.
Dona Maria: Minha filha, eu aprendi uma coisa nesta vida. E não quero que você fique brava comigo, mas é importante você aprender isto antes que seja tarde. Nossos problemas devem ficar no nosso território dentro de nossa casa, não devemos levar a terceiros a nossa vida particular. Não fale mal de seu esposo, nem de seus filhos a outras pessoas, porque se você falar dará a elas liberdade para julgá-la e ainda ficará falada.
Você deve tentar conversar com seu esposo, e quando ver que suas palavras não fazem efeito, você deve se calar para poder falar..
Patrícia: Como assim se calar para poder falar? Mãe
Dona Maria: Você deve se calar para ele. Não fale mais sobre o assunto, pois só estará o aborrecendo cada vez mais.
Mas você deve abrir sua boca e falar muito, mas muito com Deus, conte a ele tudo.
Minha filha ouça uma coisa, saiba que os dois precisam melhorar e é por vocês dois que você irá orar, sempre que algo te aborrecer. Sabendo que você não pode mudá-lo, mas pode mudar você mesma, quem pode transforma-lo é o senhor .
Patrícia : Mas mãe ele faz coisas que me magoam tanto e ....
Dona Maria: Patrícia !!!! pare já com isso. Você veio me pedir um conselho e não vai me ouvir ?
Patrícia: Mãe, na verdade, eu preciso que você me ouça..
Dona Maria : Filha, e na verdade, eu quero que você resolva seu problema, porque quando nós encontramos um ombro para chorar nós sentamos e lamentamos a vida toda. Mas quando encontramos alguém, que nos coloca de pé, e põe as armas certas em nossas mãos, devemos seguir e vencer a batalha.
Filha, mas antes de orar, você deve mudar... você deve perdoá-lo. Tire todo esse rancor, essa magoa do seu coração, perdoe-o filha
Patrícia: Mãe é muito difícil para mim, ele parece ser um estranho que mora na mesma casa que eu. E que sempre que possível me ofende, me aborrece.... Mãe tem horas que é muito difícil manter a calma, imagine orar?
Dona Maria: Filha, eu sei que é difícil, mas não é para mim que você deve dizer isso é para o Senhor. Conte a ele o quanto é difícil para você.
Patrícia: Mas mãe eu sempre oro por ele e...
Dona Maria: Filha, você deve mudar... Se você quer continuar sua vida com ele Você deve perdoa-lo
Patrícia: Mãe você esta certa... eu já estou indo então...
Dona Maria: Calma minha filha, vamos mudar de assunto. Alias hoje eu achei um livro seu aqui, de quando você era solteira, pegue antes de ir está em cima da mesa da sala ( fala enquanto vai andando pra cozinha pegar o café ) eu vou passar um cafezinho para gente. ( sai mas volta em seguida)

( Patrícia levanta e pega o livro em cima da mesa e lê o título em voz alta)

Patrícia : O poder da esposa que ora. Nossa não me lembro desse livro. ( dá uma, folheada no livro)

(Entra Dona Maria )

Dona Maria: O café está quentinho... Venha.

Cena - VIII - Casa Patrícia e Fernando

Narrador : No outro dia pela manhã.

(Abrem-se as cortinas,Patrícia entra e começa a arrumar as coisas na casa e depois senta e começa a ler o livro)

Narrador: Algum tempo depois...

Patrícia: Nossa vou fazer o café que o Fernando já deve estar pra acordar.

( Rosa Bate na porta)

Patrícia: Nossa quem será?
Patrícia: Oi Rosa
Rosa: Patrícia como vai? Tudo bem?
Patrícia: Ai, mais ou menos menina,
Rosa: Xi... Mais ou menos, Porque?
Patrícia: Ah é porque.... Não esquece...
Rosa: Ai, Credo mulher, você Tá com uma cara péssima e ainda não quer falar! Você sabe que eu não conto os seus problemas pra vizinhança toda. Me conta vai, tá me deixando curiosa, o que foi dessa vez? Foi o Fernando dinovo?
Patrícia: Não foi nada, Rosa, Não foi nada, são só as dificuldades de sempre, da vida mesmo.
Rosa: Ah ! Então foi o Fernando Mesmo!
Patrícia: Olha aqui rosa você veio aqui pra que afinal? Não quero ficar comentando da minha vida o tempo todo, nossa que chato parece que você não veio aqui falar comigo, veio aqui saber da minha vida.
Rosa: Ai, Nossa amiga, só queria ajudar. Pois por mim você largava esse homem
Patrícia: Você vai me ajudar se orar por mim e parando de perguntar todo dia a mesma coisa.
Tá parecendo que você acha que minha vida é novela, e você pelo jeito não quer perder um capítulo
Rosa: Tá Patrícia, chega de tantas gentilezas ( fala com ironia) Você não tá bem mesmo! Bom o que você precisar de mim, estou disposta a ajudar!
Patrícia: Obrigada e me desculpe se fui grosseira, acho que preciso de um tempo para pensar e orar.
Rosa: Então eu vou fazer um café na sua cozinha enquanto você pensa. ( vai entrando)
Patrícia: ah... tá né. Tudo bem,

( saem as duas )
( aparecem todos menos a Patrícia)

Igor e Ana: Bom dia papai

Fernando: ( arrumando a mesa do café) bom dia meus amores. Vão chamar sua mãe ela vai se atrasar para o trabalho.
Ana: mas pai, hoje é sábado. E falar nisso, posso ir na casa da vovó hoje?
Igor : é pai, deixa.
Fernando: Pode sim.
Ana : posso levar a bicicleta...
( Patrícia Chega)
Patrícia: BOM Dia!
Ana: Nossa mãe, você está triste?
Patrícia: Filha não se preocupe, não é nada.
Ana: mas então pai posso levar a bicicleta?
Fernando : Pode tome cuidado
Igor : Pai a minha bicicleta já ficou pronta? Já consertaram ela?
Fernando: não só sábado que vêm.
Igor: Ah .... tudo bem a Ana me empresta um, pouco
Ana : Nem pensar, você quebra a sua e agora quer quebrar a minha.

( os dois começam a brigar e a gritar bem alto até que Igor chama a Ana de Egoísta bem alto todos ficam calados)(Ana chora)

Patrícia: Igor onde você aprendeu falar desse jeito? Isso não é maneira de tratar a sua irmã. Vamos, fale.
E peça desculpas a Ana.
Igor: Desculpa Ana.
Ana: Tudo bem
Fernando: Vamos Igor, fale, onde você anda aprendendo essas coisas. É na escola?
Igor: eu ouvi o papai dizendo.
Fernando: Vamos lá dentro conversar e saiba que vai ficar de castigo.

( crianças saem)

Patrícia : Fernando, deixa o menino. Ele já pediu desculpas
Fernando: Você está tirando a minha autoridade na frente dos meus filhos? ( grita)
Patrícia : Que autoridade? Seus filhos aprendem as porcarias que você fala na frente deles
Fernando: Patrícia EU VOU EMBORA!!!
Patrícia : aonde você vai??
Fernando: Não agüento mais você?
Patrícia : Eu também não te agüento mais, mas estou tentando fazer as coisas darem certo.
Fernando: Aé? E o que você esta fazendo para melhorar a situação?
Patrícia : e você?
Fernando: Vamos lá me responde você , ficou sem resposta?
Fernando: Eu..... me comprometo a fazer algo daqui para frente e você?
(Patrícia fica muda...)
Patrícia: eu não sei mais se esta é uma boa escolha... ( sai)
Fernando: Mas que droga! ( sai)


Cena : Oração 1


( entra chorando e senta no sofá)
Patrícia: Ai Senhor, eu estou desesperada
Patrícia : Está vendo como ele é, Senhor? Ele ...
Deus: Você está vendo como você é?
Patrícia: Como eu sou?
Deus: sim
Patrícia: Senhor, está dizendo que há coisas que gostaria de mu­dar em mim?
Deus: Muitas coisas. Está pronta para ouvi-las?
Patrícia: Acho que sim.
Deus: Diga-me quando estiver realmente pronta.
Patrícia :Por que eu, Senhor? É ele que precisa mudar.
Deus: O ponto não é quem precisa mudar. O ponto é quem está disposto a mudar.
Patrícia :Mas, Deus, isso não parece certo.
Deus: Você esta disposta a mudar?
Patrícia :Mas eu...
Deus: Alguém tem de estar disposto a mudar, por amor.
Patrícia :Mas...
Deus: É importante preservar o seu casamento?
Patrícia :Muito importante Senhor
Deus: Já apresentei o meu caso. Vamos começar mudando você.
Patrícia :Ajude-me a tomar a atitude certa sobre isto, Senhor.
Deus: Isso cabe a você.
Patrícia : Senhor é muito difícil fazer o bem sem ser correspondida
Deus: Foi o que fiz pela humanidade
Patrícia: O que devo fazer?
Deus: Perdoe, o rancor esta matando você
Patrícia :Oh, isto vai se rmuito dificil vou precisar de sua ajuda.
Deus: Eu sempre estou aqui.

( fecham – se as cortinas Patrícia continua no mesmo lugar)


Narrador: As coisas não andam nada bem. Porém ao que parece patrícia vai tomar uma posição diferente nesta situação. Dizem que quando alguém faz algo bom com entusiasmo influencia as pessoas do ambiente. E quando alguém te faz bem fica quase impossível de retribuir com o mal. É como um velha história que diz que uma mulher odiava sua sogra e foi até um feiticeiro comprar um veneno para matá-la aos poucos. O feiticeiro lhe vendeu o veneno, porém lhe disse que ela deveria agir com carinho com a sogra, para que ninguém desconfiasse. Passado algumas semanas a mulher voltou ao feiticeiro pedindo um antídoto para
Que o veneno não fizesse mal a sogra, pois agora a mesma a tratava como filha. O feiticeiro disse você plantou amor e recebeu o mesmo de sua sogra, Não se preocupe o veneno que lhe dei não é um veneno e não fará mal algum a ela.
Mas as coisas não são tão rápidas assim Patrícia e Fernando estão sofrendo com esta situação e as feridas demoram um pouco para cicatrizarem por isso nós precisamos tanto do auxilio divino.
Na manha seguinte Patrícia acordou mais cedo, para ter um momento a sós com Deus.

( entra Patrícia senta no sofá)

Cena : Oração 2


Oração
Senhor, eu preciso mudar. Não conseguirei sem a sua ajuda. Dá –me um novo coração. Me Ajude livrar da mágoa, ira e desapontamento que eu sinto. Me ajude a perdoar meu esposo, pois pra mim neste momento parece ser a coisa mais difícil. Tome a dureza do meu coração. Que haja reconciliação, paz e cura neste casamento.
Tome meus velhos hábitos emocionais, reações automáticas, egoísmo, impaciência, irritação suposições rudes e posição autoprotetora e torne-me paciente, bondosa, fiel, gentil e autocontrolada. Mostre-me onde há pecado em meu coração. Confesso as vezes em que mos­trei falta de amor, fui crítica, zanguei-me, ressenti-me, fui des­respeitosa ou não pude perdoar meu esposo.
. .
Coloco as minhas expectativas na sua cruz. Liberto meu marido do fardo de satisfazer todas as minhas expectativas. Ajude-me a aceitá-lo como ele é. Deixo as mudanças sererm feitas pelas suas mãos. O Senhor é perfeito e peço que nos aperfeiçoe.
Me ensine a ajudar meu esposo através da oração ainda que ele tenha me magoado, que eu sinta o desejo de ajudálo. Faça de mim a ajudadora, defensora, amiga e o apoio de meu marido.
Ajude-me a vê-lo com novos olhos, novo amor, nova compai­xão e nova aceitação. Dê a meu marido uma nova mulher, e que seja eu.



Cena – Quase uma Família Normal.

( entram todos Patrícia esta chorando)

Ana e Igor : Bom dia mãe.
Patrícia: Bom dia.

(puxa patrícia de canto e fala como se para as crianças não ouvirem )
Fernando: tá chorando é. Vai fazer drama para as crianças agora
Patrícia: ( respira fundo ) Não que nada, fique tranquilo, só quero que me desculpe pelo que eu disse ontem. Fui uma boba. Viu .. quero que tenha um bom dia hoje.
Fernando: (fica sem reação)( pausa) tá passando bem?
Patrícia: claro.
Fernando: ( ainda meio sem reação) Fez café? ( querendo mudar de assunto) ( vai falando e indo para sentar no sofá como de costume)
Patrícia: Ai me desculpa estou um pouco atrasada no serviço hoje? Você poderia me ajudar?
Fernando: Assim que eu ler o jornal.
Patrícia : Poxa vida hein! ( para para pensar que já ia reclamar)
Fernando: (olha com olhar bravo) que foi?
Patrícia : O corinthians perdeu ontem dinovo!
Fernando: Patrícia se ta agindo estranho.
Patrícia: eu?
Fernando: É não ta falando coisa com coisa, além do mais o corinthians sempre perde.
Patrícia: dá um sorrisinho e sai. ( as crianças saem junto)
Fernando: ( fica pensando passa a mão na cabeça umas três vezes e levanta para arrumar a mesa)( fala sozinho)
Não consigo entender mulher. Oh bicho difícil de entender! Agora a patrícia começou a agir assim, o que que ela quer que eu pense? Ela ta agindo como se nada tivesse acontecido..... Talvez ela só não queira mais brigar. De qualquer forma é melhor assim que do outro jeito.É melhor uma mulher meio desparafusada do que uma mulher brava... rs
Ainda mais agora que eu to tão preocupado, e o pior é que eu entrei no consorcio pra dar aquele carro de presente para a patrícia. Tá certo que o carro não é só pra ela, mas ela usaria mais porque eu trabalho muito perto, poxa vida ela nem sabe mas eu não sei mais como vou pagar, agora que fiquei desempregado.
( Patrícia entra e fica parada)
Eu não sei o que fazer... não sei mesmo, como vou falar isso sem causar mais desacordo entre nós

Fernando: Jesus.. que susto. Se ta ai a quanto tempo.
Patrícia : cheguei agora. Porque?
Fernando: nada, que é isso ai? ( aponta para o envelope )
Patrícia : Não sei, vê ai. Parece uma conta.
Fernando: Depois eu vejo...
Patrícia: Vê logo. E se for algo importante.
Fernando: ( Abre a conta e mostra para Patrícia) é a parecela do consórcio que eu fiz, de um carro para você. (Tosse) nós.
Patrícia: Fernando nós não temos como pagar custa 800,00
Fernado : eu sei mais fiz com boas intenções antes de pedir a conta no serviço. Agora estou muito chateado por isso.
Patrícia: Calma, Fique calmo Posso orar ao Senhor por vc sobre isso? ( Fernando acena com a cabeça que sim) olha só vai vencer daqui a dois meses, isto é depois do natal, dá tempo de vc arrumar um emprego
Fernando: só Deus sabe.
Patrícia: é vou falar com ele.
Fernando : que?
Patrícia: Nossa você esta atrasado para a escola dominical.
( Sai apressado depois Patrícia sai)

( fecham as cortinas para arrumar cenário para quarto)

Narrador : O casamento de Patrícia e Fernando estava começando a caminhar novamente, através das orações que fazia, expondo a Deus seus reais sentimentos Patrícia trazia para si paz de espirito, Deus estava transformando Patrícia, e aos poucos Fernando começou a perceber as mudanças de sua esposa, que estava cada vez mais carinhosa cuidadosa e amiga,
Patrícia estava fervorosa em suas orações, ao ínvez de reclamar ela orava todos os dias por seu Esposo pelos mais variados motivos.
Por seus sentimentos, Sua paternidade, seu Temperamento... Quanto mais ela abria o coração, o Senhor entrava e transformava toda a casa.
Patrícia orava muito para que Fernando arrumasse trabalho e o seu Medo não eram só as dívidas, seu medo maior era a depressão de Fernando, que poderia chegar a qualquer momento. Como no Natal passado... Patrícia ceiou somente com seus filhos pois Fernando foi se deitar enfurecido com algum problema deixando-a sozinha. Ela não queria que seus filhos tivessem mais um Natal daquele. Enfim .... Passou –se o tempo e chegou a semana do Natal..


Cena : Oração 3

( entra Patrícia de pijama e ajoelha na cama )( neste momento o ambiente fica um pouco escuro)
Senhor eu quero te agradecer pois o meu esposo esta sendo tranformado. Suas atitudes estão mudadas, seu animo esta restaurado, sua fé esta abençõada, Deus obrigada pois o senhor trouxe vida a minha casa.
O senhor fez reviver o que estava morto, e eu vi o milagre que o senhor fez em minha vida, o senhor tirou a amargura da minha vida, amargura que me fazia sua prisioneira, eu achava que tinha toda a razão e por isto não queria mudar senhor era meu ódio que me impedia de ser feliz com meu esposo.
Senhor obrigado pois o senhor me libertou das garras do inimigo.Obrigado pois o senhor sempre cuida de mim.O senhor renovou meu esposo agora peço que o senhor o ajude a encontrar um lugar ao qual ele possa trabalhar e trazer o sustento a nossa casa. Sei que o senhor nos orienta para não andarmos, a indagar o que havemos de comer ou beber, ( Fernando entra e senta ao lado fica ouvindo a oração) e não nos entregarmos a inquietações. Por isso peço sua ajuda para o manter-se erguido como uma fortaleza, aguardando o agir de sua mão forte .
Oro para que o Senhor dirija seus atos e que ele possa colocar o Senhor em cada aspecto de seu trabalho. Dê a ele confiança suficiente nos dons que recebeu para que possa buscar, encontrar e fazer um bom trabalho. Abra-lhe as por­tas da oportunidade que homem algum pode fechar. Desen­volva as suas habilidades de modo a aperfeiçoá-las a cada ano. Mostre-me o que posso fazer para encorajá-lo. Dê-lhe força, fé e uma visão do futuro.
Oro para que o seu trabalho seja estável, seguro, bem-sucedido, satisfatório e financeiramente compensador

( Patrícia termina de orar e Fernando ajoelha do lado dela e diz amém )

Fernando: Quer saber ? Suas orações são grande força em minha vida. Eu chego em casa e sei que tem alguém que esta no mesmo time que eu, que luta comigo e me ajuda.
Patrícia: Agradeça ao Senhor foi ele que me transformou.
Fernando: Hei Já ia me esquecendo
Patrícia : o que?
Fernando: Ah boa notícia. Arrumei um emprego e .... ( mostra a chaves do carro) trouxe seu carro, tá lá fora deixa eu te contar, você nem sabe...( saem enquanto Fernando vai contando empolgado)

(Vão se fechando as cortinas) FIM

Dona Maria :. Ah, gente, ia me esquecendo. Eles viveram felizes...( fecha a cortina toda)

Um Lugar Especial No Coração no Coração da Mamãe

UM LUGAR ESPECIAL NO CORAÇÃO DA MAMÃE
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe, para ser montada com crianças.
Junior fala1 (fica sentado no palco com a almofada de coração, com roupa bem infantil...) – Sempre antes de entrar as crianças, repetir a fala:
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe...
(Repete nove vezes, por isso é preciso dar uma expressão diferente, alívio, alegria, orgulho, consciência, meiguice...)
Crianças fala 2 (entram com frutas, saquinhos de super, avental, panela...) – Todas falam juntas:
...porque ela se preocupa com a minha alimentação!
Junior fala1 (fica sentado no palco com a almofada de coração, com roupa bem infantil...) – Sempre antes de entrar as crianças, repetir a fala:
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe...
Crianças fala 3 (entram com roupas de dormir, caixa de remédios e primeiros socorros, termômetro, colher, travesseiro, bolsa de água quente...) - Todas falam juntas:
... porque ela fica muito preocupada e acordada a noite toda quando eu fico doente!
Junior fala1 (fica sentado no palco com a almofada de coração, com roupa bem infantil...) – Sempre antes de entrar as crianças, repetir a fala:
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe...
Crianças fala 4 (crianças entram com marcas de beijos no rosto, roupa amassada...) – Todas falam juntas:
... porque muitas vezes ela mostra o seu carinho me abraçando e me beijando!
Junior fala1 (fica sentado no palco com a almofada de coração, com roupa bem infantil...) – Sempre antes de entrar as crianças, repetir a fala:
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe...
Crianças fala 5 (entram vestidas de uniforme escolar e com cadernos, mochila, lancheira ...) – Todas as crianças falam juntas:
... porque ela está sempre acompanhando minhas atividades na escola!
Junior fala1 (fica sentado no palco com a almofada de coração, com roupa bem infantil...) – Sempre antes de entrar as crianças, repetir a fala:
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe...
Crianças fala 6 (entram com a mão no bumbum, com cara de dor e sentam na cadeiras...) – Todas as crianças falam juntas:
... porque sempre que faço alguma coisa errada ela me corrige e, às vezes, fico até de castigo!
Junior fala1 (fica sentado no palco com a almofada de coração, com roupa bem infantil...) – Sempre antes de entrar as crianças, repetir a fala:
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe...
Crianças fala 7 (entram com roupão, toalha, shampoo, sabonete, cotonete...) – Todas as crianças falam juntas:
... porque ela está sempre cuidando para que eu esteja sempre limpinho!
Junior fala1 (fica sentado no palco com a almofada de coração, com roupa bem infantil...) – Sempre antes de entrar as crianças, repetir a fala:
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe...
Crianças fala 8 (entram com boneca, bola, outros brinquedos...) - Todas as crianças falam juntas:
...porque ela separa um tempo para brincarmos juntos!
Junior fala1 (fica sentado no palco com a almofada de coração, com roupa bem infantil...) – Sempre antes de entrar as crianças, repetir a fala:
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe...
Crianças fala 9 (entram com as mãos juntas, em sentido de oração...) - Todas as crianças falam juntas:
... porque ela nunca se esquece de mim em suas orações!
Junior fala1 (fica sentado no palco com a almofada de coração, com roupa bem infantil...) – Sempre antes de entrar as crianças, repetir a fala:
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da mamãe...
Crianças fala 10 (entram com Bíblias abertas nas mãos...) - Todas as crianças falam juntas:
...porque ela se preocupa em dar o melhor para o meu crescimento: os ensinos da Palavra de Deus!
Todas as crianças as crianças repetem juntas (bem forte):
Eu sei que tenho um lugar especial no coração da minha mamãe...

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Socorro!! a Mãe Pifou

SOCORRO! A MAMÃE PIFOU

Uma divertida estória sobre a vida de uma mãe que tem que se desdobrar para cumprir com seus afazeres de casa. Por ter ficado tão sobrecarregada, começa a delirar e troca os nomes dos filhos, lava os documentos do marido, etc. O final da peça não condiz com a excelente idéia.


Maria : Mãe, você viu a minha camiseta da escola?
M : Maria Eduarda, está na cabeceira da sua cama
Maria : Ah é, a senhora sempre coloca lá
Kelly: Mãe, cadê o secador? Você pegou, né? (fala para a Maria Eduarda).
M : Kelly Cristina, não culpe a sua irmã. Você sempre se esquece onde guarda... Está no armário do bwc.
(As duas saem de cena).
Esposo : Bom dia, meu bem. O café está pronto? Tenho reunião cedo. Cadê a minha pasta?
M: Sente-se pra tomar o seu café. A sua pasta está no sofá, amor...
Esposo : Que esposa abençoada...(senta à mesa)
Sandra : Manhêêê, olha o que o Pedro fez nos meus cadernos!
Pedro : (choramingando) Eu não, eu não, não fui eu! Deve ter sido o Luis. Só porque eu sou o caçula eu tenho que levar a culpa.
(Se aproxima de sua mãe, segurando na “barra da saia” dela).
Sandra : Vai chorar?
M : Pedro Henrique e Sandra Mara, parem com isso! Se arrumem rápido pra tomar o café, senão vocês vão se atrasar pra escola.
(Pedro Henrique e Sandra Mara vão saindo de cena).
Esposo : Pedro, chame a sua irmã que ainda está dormindo
Pedro : Mas ela já acordou...
Esposo : Não a Kelly, a Ana
Mãe : Mas a Ana Paula estuda à tarde. Não precisa acordá-la agora, benzinho. Tome o seu café, vai...
Esposo : Ah, o que seria de mim sem você?
Pedro: Mãe, eu não mexi nas coisas da Sandra. Eu vi a Kelly mexendo...
Kelly : De que você tá me acusando, hein, seu chorão???
M : Parem com isso agora! Kelly Cristina, senta pra comer! Pedro Henrique, vá terminar de se arrumar!
(Pedro sai choramingando)
Kelly: Foi ele quem começou. Você viu, né, pai?
Pai (lendo o jornal) : Obedeça à sua mãe
Maria : Mãe, você lavou a minha calça jeans preferida?
Kelly : Qual das vinte calças você está falando?
Maria : A mãe sabe qual. Ela sempre sabe.
M : Eu lavei sim, filha. Vou passá-la. Enquanto isso , vá chamar o seu irmão Luis Carlos.
(Ela se senta à mesa)
Maria : (gritando) Luis Carlos, acorda seu dorminhocoooo!
Kelly : Isso, berre, grite mais alto, porque acho que os vizinhos não ouviram.
Maria : (ela berra mais alto, mas virada para a irmã) Luis, acordaaaa!
Luis : O que foi?
(Maria se assusta)
Maria : Ô, menino, que susto! (quando o vê com a cara de sono) Aaaaaiii, vai lavar este rosto!
Luis: (provoca Maria soltando em cima dela o seu mau hálito) Eu te amo!
(Luiz se aproxima de sua mãe).
Luis : Fala, mãezinha do meu coração.
M : Luis Carlos, você tem que se arrumar, meu filho.
Luis : Ah, mãezinha, deixe-me ficar. Vai, por favor, por favor...(chacoalhando mãe)
(Entram em cena Sandra e Pedro se atropelando e falando)
S&P: Eu também, eu também, só hoje, mãe.
(Luis deita no sofá).
M : Não , não e não!
Eles : Sim, sim e sim!
M : Astrogildo, fala com eles
Esposo : Hã...O que foi?
M : Eu estava falando que você está atrasado, não?
(Eles começam a mexer nas roupas do cesto e jogar pra fora).
Esposo : Ah, sim, é mesmo... Amor, eu deixei as contas pra pagar lá na cômoda. E não esqueça que hoje tem que dar vacina no cachorro e que o cara do seguro virá pra fazer vistoria no carro. Também não se esqueça de que você tem que pegar minha mãe na rodoviária às 17h, tá? Beijo! Tchau, crianças (sai de cena pelo centro)
Kelly : Pai, traz uma caixa de bombom pra mim?
Esposo : A sua mãe vai no mercado e compra.
Kelly : Mãe, então não esqueça de trazer? Eu já comi e estou indo (sai de cena).
M : Maria Eduarda, a sua calça está passada.
Maria : Ô, mãezinha, “brigadu”!
M : Luis, levanta daí e vá se arrumar (olha para Sandra e Pedro). O que vocês estão fazendo? Por que essa bagunça? (vai colocando de volta)
Pedro : Eu tô procurando a minha camiseta do Corinthians.
Sandra : E eu quero a minha baby look rosa
M : Se vocês tivessem pedido antes, eu falaria onde está. E na escola vocês não podem entrar sem a camiseta da escola
Pedro : Mas por baixo pode.
M : Tá, tá! Está na última gaveta da cômoda do lado do guarda-roupa bem no canto esquerdo em cima das calças
Os dois : Onde?
M: Pede para suas irmãs que elas sabem
M : Luis Carlos vai se arrumar
Luis : Tô indo, tô indo (sai de cena)
Mãe olha para todos os lados e anda na ponta dos pés até a mesa pra tentar comer. Ao sentar-se,entram em cena Kelly e Maria :
Maria : Manhêêê, a Kelly usou a minha blusa e guardou suja e agora não dá pra eu usar
Kelly : Claro que não...
Pedro : Manhêêê, cadê a camiseta?
Luis : Eu resolvi comer antes de me arrumar
Sandra : Eu acheeei, você não
Pedro : Olha ela, olha ela (choramingando)
Luis : Ih, vai chorar!
Mãe : Quietos, quietos! Fala um de cada vez. Assim a minha cabeça irá pifar......
(apaga as luzes)
NARRADOR : A vida diária dessa mãe sempre foi assim: mulher, esposa, amiga, companheira...Até parece que tem um computador na cabeça, e elas tem mesmo. Maaaasss até que um dia....
(Acendem as luzes)
(A mesma cena do início):
(Mãe entra com o balde com a pasta)
Maria: Mãe você viu a minha camiseta da escola?
Mãe : Maria Victor , está na cabeceira do guarda roupa.
Maria : Victor? Cabeceira do guarda roupa?
Kelly : Mãe, cadê o secador? você pegou né?
M : Kelly Henrique, não culpe sua irmã, tá ali (e aponta para o aspirador). Eu seco pra você o seu cabelo.
Kelly: Não, mãe...
Esposo : Bom dia, meu bem! O café está pronto? Tenho reunião cedo. Cadê a minha pasta?
M : Sente-se pra tomar o seu café. A sua pasta eu lavei. Está ali no balde, mas não se preocupe, porque seca logo.
Esposo : Você o quê?
M :É, amorzinho. Seus papéis ficaram mais brancos do que o branco. Era assim que o sabão em pó dizia.
Sandra : Manhêêê, olha o que o Pedro fez nos meus cadernos!
Pedro : Eu não. Deve ter sido o Luis, só pq eu sou o caçula eu tenho que levar a culpa?
M : Não, Sandra Carlos. Fui eu q peguei o seu caderno eu vi que ele era muito grande. Pra aliviar o peso eu arranquei as folhas já usadas!
(Sandra vai e chora para o irmão)
Sandra : Você arrancou as minhas lições de escola?
M : Pedro Kelly e Sandra Carlos, parem com isso! E se arrumem rápido pra tomar o café senão vocês vão se atrasar pra escola.
Esposo : E Pedro, chame a sua irmã que ainda está dormindo
Pedro : Mas ela já acordou?
Esposo : Não a Maria, a Ana
M : É, vai chamar a Ana Carlos, pois ele já dormiu bastante. Ou seria a Luis Paula? Ai, que confusão!
Esposo : Você está bem?
M : Claro, como todos os dias. Deixa eu adoçar o seu café (joga em seu café uma enorme quantidade de açúcar esvaziando todo o pote).
Esposo : Benhê, cuidado!
M : É só pra adoçar a sua vida. Cadê essas crianças? Kelly José, Maria André, Luis Flavio, Pedro Carolina, João Claudia, Sandra Henrique, Paula Victor se arrumem rápido pra vocês não se atrasarem para a academia.
Esposo : Quem foi esse pessoal que você chamou? Que academia?
Maria : Mãe você lavou a minha calça jeans preferida?
Kelly : Qual das vinte calças você está falando?
Maria : A mãe sabe qual, ela sempre sabe.
M : Eu lavei sim filha, vou passá-la, enquanto isso, vai chamar o seu irmão Luis Victor.
Maria : Quem? Luis Carlos ou o João Victor?
Esposo : Sua mãe anda meio cansada. Acho que ela quis dizer o Luis que ainda deve estar dormindo.
Maria : Luis Carlooooss! Acorda, seu dorminhoco.
Luis : Ãh, o q foi?
Kelly : A mãe mandou você acordar ...
Luis : Eu só estava cochilando. Fala mãezinha do meu coração.
M : Ô minha filha, você tem que se arrumar.
Luis : Filha? ...Ah mãe deixa eu ficar, vai por favor, por favor (chacoalhando a mãe).
(A mãe gosta do chacoalho)
(Entra Sandra e Pedro falando) :
S&P: Eu também, eu também, só hoje mãe...
M : Êêê, isso! (a mãe faz festa com eles) Ninguém vai pra escola e vamos ficar assistindo TV, comendo pipoca e podemos também fazer brigadeiros e as meninas lavam a louça...
(todos ficam atônitos)
M : Ah, e você (indo para o marido e tirando ele da cadeira e entregando a pasta molhada) Você está atrasado, vamos, vamos!
Esposo : É verdade , estou mesmo ...Bem, eu tenho uma coisas pra lhe passar, mas acho que é melhor não lhe passar, você tá meio...
M : Imagina, chuchuzinho, pode passar, você sempre passou e alguma vez eu fiz algo errado?
Esposo : Não, claro que não.
M : Então me passe.
Esposo : Bem... Tem umas contas em cima da cômoda. E hoje é dia da vacina do cachorro. E o cara do seguro virá fazer vistoria no carro e você tem que pegar minha mãe na rodoviária às 17h, certo?
M : Certíssimo, sua mãe está em cima da cômoda, vacinar o carro e o cara do seguro irá vistoriar o cachorro, viu? Ou seria, vacinar a sua mãe, o cachorro está na cômoda ...
Kelly : Vai pai, que eu entendi. Compra uma caixa de bombom pra mim?
Esposo : Ta, filha eu compro, porque sua mãe é capaz de comprar uma caixa de sabão pra você. Tchau!
M : Maria Henrique, sua calça está passada.
Maria : Mãe, minha calça queimou!
(Kelly dá risadas e sai de cena junto com Maria).
M : Luis Pedro, levanta daí e vai se arrumar.
(Mãe olhando pra bagunça das roupas).
M : Ó, que lindo! Estão arrumando pra mamãe, né?
Pedro: Não, mãe. Eu quero a minha camiseta do Corinthians.
Sandra : E eu a minha baby look rosa
M: Ah está, em cima das calças do lado esquerdo para quem olha de frente,ao lado do seguindo guarda-roupa em cima de uma cômoda, bem lá em cima na última gaveta.
Os dois : Onde?
M : Eu fui tão clara! Como vocês não entenderam? Lá na última cômoda, do lado direito do guarda roupa, em cima da segunda gaveta.
Pedro : Você entendeu?
Sandra : Eu não, e você?
(Os dois saem de cena).
M : Luis Pedro, vá dormir na cama !!!
Luis : Obaaaaaaaaaa! Tô indo, tô indo.
(Todos a espiam na porta)
M: Ufa ! Acho que consigo tomar um cafezinho. Ou quem sabe um chá...
(Todos vão até o proscênio).
Kelly : A mãe está estranha...
Maria : É verdade...Não parece nem a nossa mãe.
Luis: (boceja) Eu não estou gostando. Parece uma estranha.
Sandra : Ela sempre sabe onde está tudo de todo mundo
Pedro : (choramingando) Eu quero a minha mãe!
Kelly : Eu também!
M: Kelly Cristina, Maria Eduarda, Luis Carlos, Sandra Mara e Pedro Henrique...
Uma mãe jamais esquece o nome dos seus filhos...

domingo, 18 de abril de 2010

O barrado

HOMEM: Laudicéio Santinho Imaculado. Ganhei muitas vidas, não mato cultos, não sou membro de banco. Sou obreiro! Meu nome ta aí...certeza!
ANJO: Se tiver aqui, eu encontro...
HOMEM: Tá aqui a minha carteirinha de membro, faz favor... (Entrega para o anjo sua carteirinha)
ANJO: (Lê desinteressado) é realmente uma carteirinha de membro, mas não garante a entrada para o céu.
HOMEM: Devo ser o 1º da lista...
ANJO: não...não é.
HOMEM: o 2º então...o 1º deve ser algum apóstolo...vê aí...o segundo.
Anjo - ...hum...não, você não é o 2º, senhor Laudicéio!
HOMEM: o 5º?
ANJO: não.
HOMEM: 0 10º?
ANJO: hum...hum!
HOMEM: o último?
ANJO: Senhor, sinto muito, você não poderá entrar no céu! Seu nome não consta no livro de entrada.
HOMEM: Impossível! Essa lista está errada! Preciso entrar no céu! Meu nome tem que estar aí. Está errado! Pode verificar meu histórico!
ANJO: (Meio impaciente) Pois bem, tenho aqui seu histórico de vida. Vamos então dar uma olhada. (lendo) Nascimento... 8 anos...na escola dominical, adolescência tranquila, participou de equipes de teatro...equipe de música...casamento...espere! Não consigo encontrar sua conversão...o dia em que Jesus entrou em seu coração.
HOMEM: Impossível! Ele sempre esteve comigo!
ANJO: Vejo pecados...e o Senhor te avisando inúmeras vezes sobre ele. Avisou-te de várias formas e você sempre o ignorou.
HOMEM: mas são pequenos, pecadinhos...sem importância. (Pensa um pouco) ta bom...ta bom então, eu me arrependo...
ANJO: Sinto muito senhor Laudicéio, tarde demais!
HOMEM: Eu recebo Jesus! (Ajoelha)
ANJO: O senhor já está morto, senhor Laudicéio. Tinha que o ter aceitado em vida. Não podes entrar no céu, tem algo aqui escrito para o senhor: “Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! Sempre disseste que é rico e abastado, não precisando de coisa alguma. Mas é infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. Não comprastes ouro refinado pelo fogo, suas vestes não estão brancas. Te repreendi e disciplinei, mas não arrependestes. Sempre estive à sua porta, batendo para entrar em sua vida e cear contigo, mas nunca a abristes. Não podes entrar no “gozo do Teu senhor”!, pois, sou a Porta...
HOMEM: Mas Senhor, em Teu nome expulsei demônios, preguei a tua Palavra, falei novas línguas...
ANJO: “Afastai-vos de mim, pois nunca vos conheci!” (Fecha o livro bruscamente) Eis o seu senhor...veio para buscá-lo!
(Ele olha chorando e berrando para um personagem imaginário. Ele faz como se este personagem o levasse à força para fora do palco, chorando e clamando muito)

A igreja doente

A IGREJA DOENTE
Veja quem faz parte desta igreja e entenda porque ela está doente, melhor do que isto, veja o remédio.
Os personagens fictícios, mas muito reais.
Tenho o desprazer de apresentar a vocês A IGREJA DOENTE!
Há outra versão no site: Uma Igreja Doente

(cenário: fachada da Igreja Doente, entra o clown)
CLOWN: Senhoras e senhores, rapazes e senhoritas, meninos e meninas boa noite!!! Bemmmmm... Vamos começarrrr do começo... E qual é o começo?! Ah sim...O que veremos a seguir é uma história bem divertida, porém muito triste!(chora) Ouh! Ouh! Personagens fictícios, mas muito reais. Oouh! Estou tão confuso hoje! Ah ... tenho o desprazer de apresentar a vocês A IGREJA DOENTE, ela está doente muito doente. Ouh!!! Chamem um médicooo, enfermeiro..por favor rápido! Ouh... bem, não será preciso de nada disto, porque muitos membros desta igreja sabem que estão doentes, conhecem o remédio para a cura de suas males, mas não querem ser curados. É... como existe gente sadomasoquista neste mundo, estão morrendo, sabem que seu fim é a morte, mas.... se recusam a tomar o remédio que o médico receita, ou pior, dizem ao médico que vão seguir sua receita periodicamente... e não cumprem o prometido, assim pensam estar enganando o médico,(ri) estão enganando a si mesmos. ( a Bíblia começa a espirrar) Ah... A bíblia, coitadinha, cheia de pó... E teias de aranha, é... As aranhas devem estar estudando muito. Mas me diga sábia palavra porque estais tão triste?
BÍBLIA: (ver versículo)

CLOWN: A Bíblia será minha companheira para contar a história desses personagens... Ouuu aí vem um deles...(entra o irmão aparência) Este é o nosso irmão aparência. Um santo em forma de gente. Ele está sempre fantasiado de crente. Na igreja é um santo homem. Perfeito, leal, boa gente. Mas vamos ver o que ele carrega nos bolsos?
(O Clown vai até ele e tira muitas coisas de seus bolsos, como bilhetes de loteria, cigarros, etc.)
E vamos chamar a esposa e o filho de nosso Irmão Aparência. (Entra em cena mulher toda machucada, cheia de esparadrapos pelo corpo, com o filho do casal, que tem medo de se aproximar do pai). Ué, minha senhora, o que foi que aconteceu? Acidente?
Esposa: Nada disso, ele (aponta para o Irmão Aparência) que me espancou. Sem contar que também bate muito no nosso filho. Ele é uma coisa na igreja e outra totalmente diferente em casa, gostaria de ser casada com aquele crente bonzinho. Minha vida seria bem diferente.
CLOWN: Quem diria, hein? As aparências enganam!
BÍBLIA:Não atentes para sua aparência, nem para sua estatura, porquê o tenho rejeitado. Porquê o Senhor não vê como vê o Homem, pois o Homem vê apenas o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração (I Samuel 16:7).
Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, pois que limpais o exterior do copo e do prato, mas o interior está cheio de rapina e maldade. Fariseu cego: Limpa primeiro o interior do copo, para que também o exterior fique limpo. Ai de vós escribas e fariseus que são semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos mortos e de toda imundícia. Assim vão também exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estão cheios de hipocrisia e iniquidade (Mateus 23:25-28)
CLOWN: Olha só quem vem aí! O Crentildo, o Irmão Crítica! Chiii... esse aí é pimenta.
CRENTILDO: Viram só? Igreja vazia! Culpa do Pastor! Olha, gente, essa igreja não é mais a mesma, esse pastor aí dá muita moleza pra turma. Humpf, a mocidade faz o que bem entende, fica fazendo jantarzinho de namorados, vê se pode? Os homens, então, não querem nada com o trabalho, é uma moleza geral. As mulheres? Também não querem saber de fazer nada para o Senhor, só sabem fofocar, falar da vida dos outros. Ihhh, e as moças daqui da igreja, então? Nem se fale! Só vem na igreja por causa dos rapazes, que são todos uns boyzinhos. Ah, se eu fosse o Pastor! Essa turma aí ia ver o que é bom! Colocava muita coisa no lugar! Essa igreja seria um fogo puro, um avivamento! Ah, se o Pastor fosse eu!!!
CLOWN: Xiiii... O homem saiu nervoso!!!
BÍBLIA: Não julgueis para que não sejais julgados, porque com o juízo que julgais sereis julgados, e com a medida que tiverdes medido vos hão de medir a vós. E porque reparas tu no cisco no olho do teu irmão? (Mateus 7:1-5)
Não julgueis segundo a aparência, mas segundo a reta justiça. (João 7:24)
De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Deus. Assim, que não julguemos mais uns aos outros, antes seja o vosso propósito não colocar tropeço ou escândalo ao irmão. (Romanos 14:12-13)
CLOWN: (assobia) Vem aí, agora, as Irmãs Namoradeiras, espia só!
NAMORADEIRA 1: Sábado que vem os jovens vão visitar a Igreja da Água Verde. Eu vou. HUmm, lá tem cada cara bonito, cada gato.
NAMORADEIRA 2: Ah, eu não acho e não vou. Prefiro os da Igreja das Mercês. Eu vou falar com o presidente da mocidade pra gente dar um pulo lá.
NAMORADEIRA 1: É uma questão de gosto. Eu acho o presidente dos adolescentes a coisa mais fofa do mundo!
NAMORADEIRA 2: Estranho, né? Na nossa igreja só tem homem feio! Cada canhão que dá até desgosto... Até parece a guerra do Iraque, só tem artilharia pesada!
NAMORADEIRA 1: Os bonitinhos já arranjaram namorada, não é uma droga? E o Alex, da banda, você ficou sabendo? Deixou a namorada...
NAMORADEIRA 2: Ai, não diga, ele ta sozinho? Agora é minha vez!
NAMORADEIRA 1: Ih, não se iluda, ele já arranjou outra.
NAMORADEIRA 2: To pedindo a Deus um namorado. Mas tem que ser bonito. Olha, pra falar a verdade, nem precisa ser muito crente não, sendo bonito ta limpo. (riem)
NAMORADEIRA 1: Ah, eu também! Homem feio eu não quero não, de feio já basta a vida.
NAMORADEIRA 2: Vamo no banheiro? Ai, quero retocar minha maquiagem!
NAMORADEIRA 1: Vamo, vamo!!! Preciso te falar uma coisa! Aqui não dá, tem muita gente ouvindo!
(saem conversando)
CLOWN: O que a Bíblia diz sobre as namoradeiras?
BÍBLIA: Porquê também a nós foram pregadas as boas novas, como também a elas, mas a palavra da pregação nada lhes aproveitou. (Hebreus 4:2)
Porquê as filhas de Sião se exaltam, e andam de pescoço erguido, e tem olhares imprudentes, e quando andam, como que vão dançando e cascavelando com os pés, mas acontecerá naquele dia que eu lugar de cheiro suave haverá fedor, e por cinto, uma corda. E em lugar de veste larga, silício, e queimadura em lugar de formosura. E elas se sentarão no chão, desoladas, e chorarão... (Isaías 3:16-24)
CLOWN: Ananias e Safiro, os mentirosos.
ANANIAS: Ontem fui pregar lá na Vila Centauro. Sabe quantos eu converti? Mais de seis mil levantaram a mão! To ganhando tantas almas pra Jesus que nem sei se vai caber no céu.
SAFIRO: Só isso? Isso eu ganho por minuto pra Jesus!
ANANIAS: E lá na minha vizinhança, que o pessoal me vê na rua e fica pedindo pelo amor de Deus para que eu entre nas casa pra pregar! Mas eu não posso, né irmão? Também tenho minha vida particular.
SAFIRO: Poxa, sofremos do mesmo mal. Meu vizinho já chegou a invadir minha casa e me tirar de dentro do quarto, de pijama, para que eu fosse na casa dele dar uma palavrinha que fosse.
ANANIAS: Falando em pregação, Billy Graham me convidou pra pregar na campanha dele, em alguns países.
SAFIRO: Convidou você também? Ele me chamou, mas eu não poderei ir, infelizmente. Marquei com o Rex Humbard no mesmo dia. O Rex me quer de qualquer maneira falando no programa dele.
ANANIAS: É, o Billy Graham disse que está até com vergonha que eu vá com ele, porque já estou pregando tão bem que as pessoas nem querem mais ele, querem a mim.
SAFIRO: Rapaz, é que você não me viu pregando. Eu ponho você e o Billy Graham no chinelo. Vocês na minha frente são seminaristas! Mas deixa eu ir, estou tão cansado... Já distribuí mais de 1 milhão de folhetos, só na parte da manhã! Temos que trabalhar, né irmão, senão o Senhor vem e nóis fica.
ANANIAS: Eu também já vou indo. Preciso ligar pro Billy Graham e confirmar minha ida. Na verdade, ainda vou pensar se vou pregar.
SAFIRO: Então boa noite. (Os dois dão alguns passos e depois se voltam um para o outro e dizem ao mesmo tempo)
ANANIAS e SAFIRO: Eu nunca vi gente mais mentirosa que você!
BÍBLIA: Vós tendes por pai ao diabo, ele foi homicida desde o começo e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, é o pai da mentira. (João 8:44)
Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com seus feitos. (Colossenses 3:9)
CLOWN: Quem aí agora são três irmãs muito especiais: Linguarilda, Linguaruda e Línguagorda.
LINGUARILDA: Você viu? O marido da irmã Elza comprou um carro novo.
Linguaruda: Também, pagando com cheque sem fundo até eu.
LINGUAGORDA: Vocês já repararam como a irmã Dirce se veste mal? Não sabe combinar as roupas. Imagine só que outro dia ela estava com uma saia azul e uma blusa marrom, cafonérrima.
Linguaruda: Cafonice né irmã? O marido dela é a mesma coisa. Eu tenho pena é das crianças que vão pelo mesmo caminho.
LINGUARILDA: O pastor devia falar disso no púlpito, né?! Já pensou se vem alguém de fora, algum deputado, alguma visita importante?! Vai pensar nois semo caipira.
LINGUAGORDA: O pastor não fala é nada. É outro que não tira aquele paletó, entra ano, sai ano, mas o paletó não sai do corpo.
LINGUARILDA: E esposa do pastor andando com aquelas sainhas curtas, devia se esconder.
Linguaruda: Foi porque você não viu as filhas da irmã Rosinha, elas não vem com a saia, vem com o cós.
LINGUAGORDA: Das duas uma, ou faltou pano, ou deixam a saia em casa.
Linguaruda: Falando em casa, você viu a casa do pastor Rodoscrêivson depois da reforma? Deste jeito até eu quero ser pastor, ganhando o que ele ganha. Ta bom hein!
LINGUARILDA: O pior é que a mulher dele ainda fica mostrando a casa toda quando a gente vai lá, mostra a banheira de hidromassagem, o quarto com ar condicionado, o frigobar e a televisão 60”... Aiiii essa gente!!!
LINGUAGORDA: Ah, quer dizer que ela mostra a casa toda?! Ta bom de a gente ir lá né?! Não estamos fazendo nada mesmo.
Linguaruda: Ótima ideia, podíamos aproveitar e pedir uma carona pra irmos na igreja, pra reunião das mulheres.
LINGUARILDA: Ah, vocês vão?!
Linguaruda: Vamos! Porque, você não vai?!
LINGUARILDA: Eu? Eu não. Essa mulherada da igreja só sabe falar da vida dos outros.
(Saem de cena conversando, da mesma maneira que entraram.)
BÍBLIA: A língua também é um fogo...A língua esta posta entre os nossos membros, contamina todo o corpo...Nenhum homem pode domar a língua, é o mal que não se pode refrear, está cheia de peçonha mortal. Com ela bendizemos a Deus e Pai, e com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus. De uma mesma boca procede benção e maldição. (Tiago 3:6-10).
Porquanto ouvimos que algumas de vocês andam desordenadamente não trabalhando, mas fazendo coisas vãs, que aborrecem a Deus. (II Tessalonicenses 3:11)
E além disso aprendem também a andar ociosas, de casa em casa, e não só ociosas, mas também paroleiras e curiosas, falando o que não convém. (I Timóteo 5:13)
CLOWN: Ele jura que é o melhor cantor do mundo: Canáriowilson - O cantor
CANARIOWILSON: Sabe qual é o meu problema nesta igreja? Eu tenho uma voz maravilhosa, nasci para ser o melhor solo gospel que o mundo já conheceu. Deixo muita gente aqui da igreja no chinelo. Inclusive aquele loirinho que costuma cantar... (canta – Dormindo no meu leito...), o Jéferson XÍCARA. Ihh já ganhei muitos concursos de calouros e cantores... Adoro fazer solos... Mas aqui nesta igreja, eu não tenho a mínima chance de mostrar o meu talento. O pastor é o culpado. Ele nunca me deixa cantar no culto de domingo. Ah... Estou pensando em sair daqui. Se não quiser enterrar meu talento, terei que procurar um outro lugar onde possa me mostrar com o dom que Deus meu deu. (sai de cena cantando um hino conhecido, muito desafinado).
BÍBLIA: Este povo que se aproxima de mim, e com a sua boca e com os lábios me louvam e me honram, mas o seu coração se afasta para bem longe de minha face.(Isaías 29:13)
Quem se exalta será humilhado.(Lucas 14:11)
CLOWN: Ah... A meninada fica com falta de ar por causa dele, e não é pra menos o cara tem pinta artista de TV: Salomão, o crente galã.
MENINAS: (entram cantando, e passando mal com falta de ar) Ele é o bom, é o bom, é o bom (2 vezes)
SALOMÃO: (Entra cantando, se penteando com um pente gigante, nem enxerga as meninas) Hummm... Meu carro é vermelho, não uso espelho pra me pentear... (se olhando) Ah...To bonito hoje!Hoje?! Que modéstia! Espelho, espelho meu...Existe alguém mais conquistador do que eu?! (depois de observar a igreja) Meu essa igreja aqui não ta cum nada! Num tem mina! (ouve alguém conversando) Shiii... Eu vou embora antes que o culto comece e eu tenha que assistir! (saindo) Melhor... Vou ficar lá fora... (aponta para fora e dá uma risadinha) AZARANDO AS GATINHAS PORTA DE IGREJA. Éhhh...Eu sou DEMAAIS!!! (sai cantando).

BÍBLIA: Alegra-te mancebo nos dias da tua mocidade, e, recreie-se o seu coração nos dias da tua mocidade, e anda pelos caminhos do seu coração, e pela vista de seus olhos, sabe, porém que por todas essas coisas te trará Deus juízo. (Eclesiastes 11:9)
CLOWN: Agora com vocês: O irmão pregador
PREGADOR: O que mais me aborrece aqui nesta exímia congregação é que, eu sou um bom pregador, tenho o dom da palavra, mas nunca... Nunca me dão uma oportunidade. Aqui nesta igreja me sinto um inútil! O pastor quer que eu pregue nos cultos do meio da semana, mas nestes cultos não tem quase ninguém na igreja. Eu quero mesmo é pregar nos cultos de domingo à noite quando a igreja está cheia, quer dizer ultimamente anda meio vazia até neste dia, CULPA DO PASTOR. Mas ele não vê isso. EU SIM TENHO UNÇAO. Sou cheio de poder. Calcule: Fui pregar lá na Vila Oficinas e sabe quantos eu curei?! Ihhh... Perdi a conta.
Sei Ermenêutica, Homilética, Omelete e tudo mais... Mas aqui não dá. Ainda por cima quando vou pregar na casa de algum irmão, EU É QUE TENHO QUE TIRAR DO MEU BOLSO, é do meu bolso, o dinheiro da condução e dos cartões visita da igreja. Ah chega... Vou cair fora! Fui!!!
BÍBLIA: Endurecidos no entendimento, separados da vida de Deus, pela ignorância que há neles, pela dureza de seu coração. Não andeis como andam os outros gentios, na vaidade do seu sentimento.
Nada façais por contenda ou por vanglória, mas cada um considere os outros superiores a si mesmo.
E rogo-vos irmãos, noteis os que provocam dissensões e escândalos contra a doutrina que aprendestes, desviai-vos deles, porque os tais não servem ao nosso senhor Jesus Cristo, mas ao seu ventre e com palavras e lisonjas enganam o coração dos símplices.(Efés. 4:17/ Filip.2:3/ Rom.16:17-18)
CLOWN: E finalmente temos o prazer de apresentar alguns pastores da Igreja Doente. Por favor, que entrem! Podem entrar...(espera) Ué... (entra uma criança com um pequeno papel e entrega para o Clown).
CLOWN: Bem, eles não poderão vir à igreja hoje. Pediram para avisar que não querem perder o último capítulo da novela.
(entram todos os personagens juntos, todos com os olhos vendados e com os ouvidos tapados, e param em semicírculo).
O que vou dizer agora parece um absurdo, mas é verdade. Deus deseja usar a esta igreja doente. Porque Jesus veio para os doentes e não para os sãos. E se você se identificou com algum personagem desta igreja. É melhor pensar e quem sabe voltar atrás de muitos conceitos que você já tenha estabelecido.
O médico desta igreja é Jesus e o remédio é a sua palavra. A bíblia
BÍBLIA: Se confessarmos os nossos pecados ELE é fiel e justo para nos perdoar e nos purificar de toda injustiça. (I João 1:9)

O piscopata e o Pião

O PSICOPATA E O PEÃO
Esquete, comédia... Banco de praça...
Um Peão e um Rapaz se encontram numa praça... Ao mesmo tempo que é criado um clima de comédia, há uma situação de medo.
Finaliza com um testemunho de mudança de vida...

(Em um banco de praça, um rapaz olhando para frente, sem expressão no rosto. Chega um fazendeiro)
PEÃO: (Senta no banco e aos poucos repara o rapaz e puxa conversa) Bão dia!
RAPAZ: (Imóvel, mexe apenas os olhos. Olha de lado e volta-os para frente. Em 2 movimentos)
PEÃO: Ocê é uma istátua de cera ou de madêra? (Ri engraçado)
(O rapaz faz o mesmo movimento com os olhos)
PEÃO: Dia bunito! Cê num acha?
RAPAZ: Acho. Tá bonito mesmo.
PEÃO: Óia! A istátua falou! (Ri) Rapaiz, vendu esse dia, percebo o tantu que a vida é linda. Dispôis qui eu morrê, se tive reencarnação, eu quero vortá como uma pulga!
Rapaz- Pulga? Por quê pulga?
PEÃO: Pra num precisá andá, nem trabaiá. É iguar patrão, num faiz nada, só fica inrriba dus ôtro! E ainda morri de barriga cheia.
(Os dois acham graça)
RAPAZ: É verdade.
PEÃO: Pra onde ocê ta indo?
RAPAZ: Não sei ainda. Não tenho pra onde ir...
PEÃO: Ah... entendu... A muié deve di tê colocado ocê pra fora di casa. Ocê tem sorte, meu sonho é a Cremilda fazê isso cumigo... (ri)
(O peão olha uma folha de jornal no chão e a pega. Essa folha pode ser de verdade ou ficitícia)
PEÃO: Credo! Óia a manchete desse pedaço di jornal! “Psicopata sôrto na cidade. Já mato 10 pessoas cum uma faca vermêia...”
(O rapaz tira do bolso uma faca vermelha, o peão percebe e olha atônito. Disfarça e continua a ler)
PEÃO: “Suas vítimas são homens. E todos os mortos eram casados.” (Olha para sua aliança, olha para o rapaz e recebe um sorriso, que o retribuiu amarelamente) Vixe! (a parte) Tô lascado! (continua a ler) “Caso o encontre, nunca corra. Pois o assassino é ágil e persegue suas vítimas. O psicopata tem uma mania de coçar sua cabeça com a faca, quando está prestes a matar alguém.”
(Olha para o rapaz, e este está coçando a cabeça com a faca)
PEÃO: Tá cum bichêra na mulêra?
RAPAZ: É uma mania que tenho desde criança. E você, tem alguma mania?
PEÃO: Tenho. Mania de correr. Eu corro , viro a esquina e depois vorto pro mesmo lugá. Pru falá nisso, a mania ta vindo... (dá chiliques) to cum vontade corrê. Eu vô e já vorto!
(Vai correr mas o rapaz o segura pelo braço)
RAPAZ: Calma, vai não. Vamos conversar mais um pouco. Deixa eu te mostrar uma coisa... (Põe a mão dentro de uma mochila ou uma sacola)
PEÃO: (Lendo) “Quando o psicopata vai atacar, ele pega um lenço na sua bolsa preta para limpar o sangue da vítima depois de matá-la”
(O peão olha para o rapaz, com a mão na bolsa. Toca uma música crescente de suspense. O terror se estampa no rosto do peão que solta um berro assim que o rapaz tira uma Bíblia de sua bolsa)
RAPAZ: Calma amigo! Leia o resto da notícia...
PEÃO: “Mas o evangelho de Jesus Cristo, mudou a vida desse assassino. Ele foi solto da prisão depois de cumprir 21 anos de cadeia. Hoje, está totalmente transformado pelo poder de Deus”
(O peão recebe um sorriso do rapaz e depois desmaia de alívio no banco)
Escrito em Ago/2008

VoVó Van Dame

VOVÓ VAN DAME
Esquete, comédia; O Ladrão que vai assaltar a Vovó. O que ele não esperava, é que a velha era bastante esperta, e não está afim de entregar no mole. E mais, ela ainda fala de Cristo pra ele...
(Uma vovó andando na rua aparece um ladrão)
LADRÃO – Muito bem vovó, passa a bolsa!
VOVÓ – Como assim passa a bolsa? Essa bolsa é minha, eu paguei R$ 1,00 na feirinha viu?
LADRÃO – Vovó, a senhora não está entendendo, isso é um assalto! Passa a bolsa!
VOVÓ – (Pegando na orelha dele) Não garotinho, é o senhor quem não está entendendo, a bolsa é minha, e você não vai pegá-la! Ai... não aparece nenhum gato pra defender essa donzela...
LADRÃO – É o seguinte sua velha coroca, isso aqui é uma arma, e está apontada pra você, e eu não estou brincando, eu quero a sua bolsa agora!
VOVÓ – Ta bom, ta bom. Por causa dessa arma eu vou passar a bolsa. Mas, queria ver você sem essa arma... será que teria coragem para enfrentar a vovó Van-Dame? (Faz gestos de lutas, tipo posição de Karatê Kid)
LADRÃO – Me dá logo essa porcaria! (Abre a bolsa) Mas como tu é pobre hem? Não tem nenhuma graninha aqui?
VOVÓ – Acha que sou boba? Eu andar com dinheiro com tanto ladrão a solta por aí? Eu sou é uma vovó muito da esperta. Mas tem algo valioso aí dentro.
LADRÃO – Tem nada, só um livro e badulaques... nada mais.
VOVÓ – Devia se envergonhar. Tens uma preciosidade nas mãos e não a reconhece. Este livro. É precioso. Contém tesouros , riquezas, tudo o que você precisa.
LADRÃO – Isso é uma Bíblia vovó!
VOVÓ – É a Palavra de Deus. Que aliás, você deve estar muito longe dEle NE? Seu ladrãozinho malvado! Fica assaltando velhinhas indefesas! (Bate nele) Malvado! Malvado! E... malvado!
LADRÃO – Olha vovó, desculpa... eu jamais ia machucar a senhora, eu só queria uma graninha.
VOVÓ – E quem não precisa de grama? O seu problema não é grana, você precisa é de Cristo! Sai dessa vida, só Jesus pode te dar a paz que dinheiro nenhum pode comprar. Me dá essa arma aqui! (Toma dele) Eu estou indo pra igreja e você vai comigo. Jesus vai transformar a sua vida!!! Vamos!
(Saem de braços dados, ou ele com jeito de menino que levou bronca, sai com a vovó puxando suas orelhas)

Comedia ( O Morto vivo )

+++++++++++++++++++++++++A OUTRA VERSÃO++++++++++++++++++++++++++++++++
O Morto-Vivo
Cenário: Consultório médico
Cena: O médico acaba de consultar o paciente e vai passar-lhe a "receita".
MÉDICO: É meu velho, eu não tenho boas notícias para você não.
ASTROGILDO: (se arrumando, colocando a camisa, se abotoando, etc) - Fale logo doutor. Não precisa esconder nada de mim. Eu já estou preparado para o pior. Para ser franco, eu até já escolhi a cor do meu caixão.
MÉDICO: E para ser franco. A coisa para o seu lado está esquisita. Note bem, o teu coração já não bate mais (só apanha) a sua pulsação cessou por completo. Cientificamente você está morto. Entendeu? Mortinho da Silva. Aliás, eu nem sei o que você está fazendo em pé. Lugar de gente morta é no cemitério e deitada.
ASTROGILDO: É que eu sou teimoso... Mas doutor, vamos deixar de piadas. Vamos falar sério. Afinal o que é que eu tenho?
MÉDICO: Ora Astrogildo, então você acha que um médico de minha categoria, que já participou de congressos na Holanda tem tempo de ficar brincando. Se eu disse que você está morto, eu estou falando sério.
ASTROGILDO: Mas como? Que conversa mais besta doutor!!!
MÉDICO: Está bem. Você quer provas não é mesmo? Pra você não dizer que eu estou mentindo, coloque a mão no coração.
ASTROGILDO: (coloca a mão, para sentir as batidas).
MÉDICO: Sente alguma coisa? Alguma possível batida?
ASTROGILDO: Sinto não, doutor. Meu Deus, o que será isso?
MÉDICO: Agora tente sentir o pulso.
ASTROGILDO: (tentando sentir a sua pulsação).
MÉDICO: Sente alguma coisa?
ASTROGILDO: Nadinha... (faz cara de assustado).
MÉDICO: É como eu disse meu caro. O senhor está morto e eu estou lhe informando. Apenas isto. O senhor está morto e não sabia. Cabe a mim como médico, dar-lhe a notícia.
ASTROGILDO: Mas como assim doutor?
MÉDICO: Lembra daquele remédio que eu venho te receitando há tempos? Ele é a única solução.
ASTROGILDO: Não doutor. Aquele remédio eu não quero.
MÉDICO: Então não posso fazer mais nada por você. Você está morto.
ASTROGILDO: Mas doutor, pensa bem... O que é que eu digo lá em casa? Ninguém vai acreditar em mim. Imagina só. Eu chego em casa, reúno a família e digo: Pessoal, eu estou morto. Ora doutor...
MÉDICO: Fique calmo Astrogildo. Eu já pensei nisso também. E é por causa disso que eu estou assinando o seu atestado de óbito. (Assina o atestado e entrega para o paciente). Aqui está. Agora vá para casa e comunique à sua família. E não se esqueça de convidar os amigos para o enterro. Tá?
ASTROGILDO: (desolado) Tá bom... Mas doutor, o senhor tem certeza de tudo o que está me dizendo? Eu tô morto mesmo???
MÉDICO: ...da Silva, meu amigo. Mortinho da Silva. Deve ser teimosia. Você logo se acostuma, aí será mais fácil. À propósito, deixe-me fazer-lhe uma pergunta: O senhor pretende ser enterrado amanhã ou depois?
ASTROGILDO: Não sei. Mas eu não vou me esquecer de avisar o senhor. Pode ficar sossegado. (Sai triste, demorando para chegar na porta).
Cenário: Apaga-se a luz do consultório. Apenas um foco de luz acompanha Astrogildo caminhando cabisbaixo enquanto ouve-se a Marcha Fúnebre. Astrogildo para junto com a música (1a parada).
ASTROGILDO: (falando sozinho). Mas não é possível. Eu não posso estar morto. Estou em pé. Estou falando. O que aconteceu comigo?
Cenário: Recomeça a Marcha Fúnebre. Astrogildo caminha cabisbaixo até a 2a parada. A música para de novo.
ASTROGILDO: (falando sozinho). Mas eu estou aqui com o atestado de óbito! E não ouvi meu coração! O que vou dizer em casa? Tenho que contar a eles...
Cenário: Recomeça a Marcha Fúnebre. Astrogildo caminha para o segundo cenário, a sala de sua casa, onde encontra sua mulher. A música para As luzes acendem.
ASTROGILDO: Oi ...
MULHER: Cruz credo Astrogildo, mas que cara de defunto é essa?
ASTROGILDO: Ué! Você já sabe? Quem te contou? Aposto que foi a Dona Maria Gorda, nossa vizinha.
MULHER: Ninguém me contou nada! Mas vamos lá meu velho, conte o que aconteceu. Por que é que você está com essa cara?
ASTROGILDO: Eu falo. Mas quero todos reunidos aqui na sala. Agora eu quero uma reunião familiar para dar a notícia de uma vez só, sem ficar repetindo à toda hora.
MULHER: Ora, Astrogildo. Deixe de fazer velório e conte logo. Você nunca foi de reunir a família.
ASTROGILDO: Zenaide... chama logo os nossos filhos. Por favor respeite os mortos.
MULHER: Mortos? Tá bom. (chamando os filhos) - Miiickiiii... Riquinhoooo. Venham aqui que o papai quer falar com vocês...
MICK: (gritando de fora do palco) Agora não! Tenho que estudar!
RICKINHO: (gritando de fora do palco) Mais tarde! Estou jogando vídeo-game!
MULHER: É. Vou Ter que mudar de tática. (grita:) O almoço está na mesa !!
MICK: (entrando correndo junto com Rickinho) Ai que fome! Onde está? Cadê a comida?
RICKINHO: Até que enfim o almoço! Meu prato ...?
MULHER: Seu pai quer falar com vocês.
MICK: Oi, pai. O que você tiver que me contar, conta logo porque eu preciso estudar. Preciso aproveitar para estudar enquanto estou viva.
RICKINHO: Fala aí, meu coroa. Qualé o lance?
MULHER: Muito bem, Astrogildo. Já estamos todos aqui. Qual é a notícia?
ASTROGILDO: Bem, o negócio é o seguinte: (pausa) - Bem, o negócio é o seguinte... (sem saber como entrar no assunto) - Bem, acho que vocês não vão acreditar, mas eu... mas eu...
RICKINHO, MICK e a mulher em coro: FALA LOGO!
ASTROGILDO: Calma eu vou falar! É que eu estou morto! Isto mesmo! Eu morri.
Rickinho, Mick e a MULHER juntos dão uma boa gargalhada.
ASTROGILDO: Escutem aqui, seus escarnecedores debochados. Eu não disse nenhuma piada. Eu estou falando sério. (eu sabia que ninguém iria me acreditar).
RICKINHO: Essa foi boa pai. Conta outra. Depois eu quero contar a última que eu ouvi lá na escola.
MICK: Acho que vou voltar para os meus cadernos. Posso ir?
ASTROGILDO: Está bem, seus patetas. Vocês pensam que eu estou brincando, não é mesmo? Então leiam isto. (Entrega o atestado de óbito para a mulher).
MULHER: (lendo o atestado). Sr. Astrogildo Gergolomano Souza Santos de Souza, casado, brasileiro... casa mortis... parada cardíaca... Meu Deus, então é verdade! (exclama caindo sentada na poltrona).
ASTROGILDO: Viram só como eu não estava brincando? O papai aqui está mais morto que a múmia do Egito. Venha cá minha filha... sinta as batidas do meu coração.
MICK: (colocando o ouvido no peito do pai) Meu Deus! Não está batendo. (assusta-se). Mãe, o pai está morto mesmo!
ASTROGILDO: Agora você, meu filho. Sente o meu pulso. Afinal você está fazendo cursinho de medicina.
RICKINHO: (com dificuldade em achar o pulso) É mesmo incrível. Está mais parado que o ataque do Internacional!
ASTROGILDO: (triunfante). Então seus Tomés... Acreditam agora? Vocês não vão chorar? Se vocês gostam de mim, tem que chorar. Chorem! Vamos...
MICK e RICKINHO se abraçam e choram artificialmente só para agradar o pai. Astrogildo percebe e desaprova.
MULHER: Mas como é isso Astrogildo? Como é que você está morto, se você está vivo? Quer dizer... Ah! Eu não quero dizer mais nada! Que confusão!
ASTROGILDO: O médico falou que é de teimosia, mas que depois que eu me acostumar, a coisa fica bem mais fácil.
MICK: Médico? Quer dizer que o senhor foi ao médico e não nos contou nada?
ASTROGILDO: Claro! E quem você acha que assinou o atestado de óbito? O Orlando açougueiro? E como é que eu iria ficar sabendo que estou morto?
RICKINHO: O senhor por acaso pagou a consulta, pai?
ASTROGILDO: Claro que paguei. Acha que eu sou algum caloteiro?
RICKINHO: Então me desculpe, mas o senhor é muito burro. Onde já se viu um morto pagar a consulta?
ASTROGILDO: (caindo em si). Sabe que você tem razão? Além de defunto-vivo eu sou um morto-burro.
MULHER: Mas como é que você fica discutindo com seu pai numa hora dessas. Respeite o seu pai, afinal ele é um defunto. Respeite a memória dele... quer dizer... eu não quero dizer nada porque minha mente está toda embaralhada.
MICK: Mãe, eu acho melhor a gente telefonar para o médico pra confirmar e também pra perguntar se é para fazer o enterro ou não.
MULHER: É mesmo. Eu vou ligar.
ASTROGILDO: Isso mesmo. E depois já pode ligar para a funerária e encomendar o meu caixão. (cantarolando)..."quando eu morrer, me enterre na Lapinha".
MULHER: (com o telefone na mão). Pare com isso Astrogildo. Pare de cantar essa música. Você quer deixar a gente mais nervosa ainda? (disca um número)
VOZ DO MÉDICO: (Atendendo o telefone). Clínica do doutor Ado Steinburg Hesendorg de Nictolis bom dia!
MULHER: - Alô... doutor Ado? Tudo bem? Aqui é dona Zenaide, mulher do Astrogildo, que morreu mas não morreu. Quer dizer, aquele que o senhor diz que morreu mas está vivo. O senhor entende né?
VOZ DO MÉDICO: Perfeitamente dona Zenaide. Olha a senhora pode ficar sossegada. Seu marido já era! Pode encomendar o seu vestido de luto e mande-o deitar já. Ah... e não se esqueça de me convidar para o enterro.
MULHER: Mas doutor como é que pode? Ele está morto mas continua vivo...
VOZ DO MÉDICO: Eu não posso fazer nada, dona Zenaide. O coração dele não está batendo, a pulsação parou entende? Ele está clinicamente morto. E lugar de morto a senhora sabe onde é não é mesmo? Este mundo é dos vivos.
MULHER: (desolada). Está bem doutor... Obrigada... Olha, o enterro será amanhã. (desliga o telefone).
RICKINHO: Então mãe, o que o médico falou?
MULHER: É verdade (chorando) seu pai está morto.
ASTROGILDO: (triunfante outra vez). Não falei? Eu não sou "cara" de mentir não. Quando eu falo que tô morto é porque tô morto mesmo. E tem outra, eu sou o único defunto que vai assistir ao próprio velório. Riquinho, vai buscar o meu terno no alfaiate, aquele que eu mandei cerzir. Eu quero ser enterrado com ele.
Cenário: Apagam-se as luzes. Enquanto a sala é preparada para o Velório (caixão, flores, troca de roupa) uma pessoa levanta-se na plateia com foco iluminando-a e começa a ler um jornal.
PESSOA DA PLATÉIA: Vejam só isso! Astrogildo morreu. (lendo:) Convidamos os amigos e familiares ao enterro de Astrogildo Gergolomano Souza Santos de Souza, a se realizar na rua Cova Rasa, sem número, Cemitério do Adeus. Bairro dos que não voltam. Incrível! Eu falei com ele ontem. Justo agora que ele me devia uma grana! É nessa eu acho que dancei... A morte não espera por ninguém mesmo... Vou dar uma passadinha lá mais tarde. Pobre Astrogildo! (senta-se novamente após o foco nela se apagar).
Cenário: As luzes se acendem.
ASTROGILDO: Então, como estou?
MULHER: Digno de um defunto !
Os convidados começam a chegar. Dão o tradicional "pêsames" à mulher, e se dirigem ao caixão.
MARIA GORDA:(olhando para o defunto). Coitado! Este sim era um homem bom.
ASTROGILDO: Apoiado! Além de ser homem, eu era bom. Não sei o que era melhor. Ser mais bom, ou mais homem.
SR.ANSELMO: É, mas os bons sempre se vão mesmo... Pobre Astrogildo!
ASTROGILDO: Não é o seu caso, "velho unha de fome". Vai ficar mofando a vida toda aqui na terra.
SÍLVIA: Pobrezinho. Quisera fosse eu.
OSWALDO: E aí cara? Que furada hein? Já que você bateu as botas, dá pra me emprestar o carro pra sair com umas gatas?
ASTROGILDO: Nem morto!
OSWALDO: Iii o cara, aí ! Tá legal. Tá legal.
SR. CLEMENTE: Astrogildo, amigo velho,. Lembra-se de nossas farras? E agora? Quem vai farrear comigo?
ASTROGILDO: Calma, Clemente. Assim você me mata de tristeza.
SR. CLEMENTE: Mas você já está morto, Astrogildo!!!
ASTROGILDO: Eu sei, imbecil. É força de expressão.
MÉDICO: (chega ao enterro). Como está Astrogildo ? Está melhor ?
ASTROGILDO: Mais ou menos ! Doutor, eu estive pensando: Estou morto não estou? Depois do meu velório, eu vou ter que entrar aqui neste caixão para ser enterrado, não é? E quando a tampa deste caixão se fechar, o que vai acontecer comigo?
MÉDICO: Bem Astrogildo? Teu futuro não vai ser muito bom não!
ASTROGILDO: Como assim doutor?
MÉDICO: Astrogildo, eu já lhe falei do único remédio que pode reverter esta situação, mas você não quer me ouvir.
ASTROGILDO: Doutor, eu já estou cansado de experimentar isso, experimentar aquilo. Pra mim isto não funciona. Estes remédios nunca me ajudaram em nada. Eu estou cansado dessa situação. Eu preciso de uma resolução.
MÉDICO: Eu entendo Astrogildo! O problema é que você está desiludido por ter passado sua vida inteira tomando os remédios errados. Este é diferente, este pode te ajudar.
ASTROGILDO: Como o Senhor me garante que esse remédio vai resolver o meu problema ?
MÉDICO: Astrogildo, sinta o meu coração. Hoje ele bate, mas um dia já esteve tão morto quanto o seu. Foi quando tive a oportunidade de conhecer este remédio e decidi tomá-lo. E é por isso que hoje eu estou aqui falando pra você. Quer mais provas do que isto?
ASTROGILDO: Não ! O senhor me convenceu, afinal onde está o remédio? Aquele tal de Complexo J, não é?
MÉDICO: É, o Complexo J, peraí que eu vou pegar no carro.
(Médico sai).
SR.ANSELMO: (enquanto cheirava as flores do caixão). Atchim!! Atchim!!!!
MULHER: Rápido. Acudam! O velho está tendo uma crise!
SR.ANSELMO: Atchim!! Atchim!!!!
Oswaldo e Rickinho seguram o Sr. Anselmo.
SÍLVIA: O médico. Cadê o médico?
MARIA GORDA:Eu o vi saindo!
MICK: Vamos lá levar o homem. Se não ele morre também!
Todos saem ficando apenas o Astrogildo.
(Médico retorna com uma Bíblia).
ASTROGILDO: (assustado) Que remédio enorme!
MÉDICO: Mas este é o único que vai resolver o seu problema. Calma, vamos ler a bula.
Indicação: Contra todos os males do corpo, alma e espírito.
Contra-indicações: Nenhuma.
Posologia: Dose única, seguida de confissão de Jesus Cristo como único Senhor de sua vida.
Efeitos: Alegria, paz, mansidão, domínio próprio...
ASTROGILDO: Puxa Doutor! É isso mesmo que eu preciso.
(Astrogildo toma o remédio)
MÉDICO: Agora repita comigo:
EU, ASTROGILDO,
MÉDICO: CONFESSO QUE SOU PECADOR...
MÉDICO: PEÇO PERDÃO E ENTREGO TODA A MINHA VIDA ...
MÉDICO: EM TUAS MÃOS, JESUS CRISTO.
MÉDICO: TU ÉS O ÚNICO SENHOR E SALVADOR DE MINHA VIDA.
( Começa-se a escutar o coração batendo).
MÉDICO: O que você está sentindo?
ASTROGILDO: Não sei explicar, mas é alguma coisa diferente que eu nunca havia sentido.
MÉDICO : É, eu também não soube descrever quando isto ocorreu comigo. Eu me senti seguro.
ASTROGILDO: É isso! Eu me sinto seguro. É como se eu tivesse feito algo certo.
MÉDICO: Você fez a coisa certa. Lembra dos outros remédios que você tomou?
ASTROGILDO: Ah, não quero nem me lembrar.
MÉDICO: Pois é, este é um remédio muito especial. Curou seu espírito, salvou sua alma.
ASTROGILDO: Curou meu espírito ?
MÉDICO: Isto mesmo. Outros remédios ajudaram o seu corpo, mas nunca curaram seu espírito.
ASTROGILDO: Entendo. (pausa). E a minha família?
MÉDICO: Eles nunca foram ao meu consultório. Nunca tive oportunidade de receitar o Complexo J para eles.
ASTROGILDO: Então eles também estão mortos ?
MÉDICO: Sim. E não sabem disso! E assim como eles, ainda existem muitos por aí! Almas vazias, sem vida para com Deus, como sepulcros invisíveis, os quais os homens passam sem sequer perceber, vidas ocas, que não inspiram ninguém!
Mas graças a Deus por Jesus Cristo, que pela sua morte trouxe vida a todos nós! Para que aqueles que vivem, não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu!
Pois quem quiser salvar a sua vida, perde-la-á, mas quem a perder por amor ao evangelho, aquele que negar a sua própria vontade e morrer para si mesmo, este sim encontrará vida, vida em abundância. Pois Jesus é o Caminho e a Verdade, Ele é a Ressurreição e a Vida, todo aquele que nEle crê, ainda que morra, viverá ... Eternamente!!

Comedia ( O Morto vivo )

O MORTO VIVO
O MORTO VIVO é uma comédia evangelística, bastante conhecida; Aqui disponibilizo duas versões, a original encontra-se no livro "Em Cena - Peças Evangélicas para Teatro"(Esta peça estava na versão antiga do site).
Um relato sobre a peça: - Porque fazer esta peça?
Certa vez, ao fazer o apelo ao final da peça, dentre as que vieram à frente veio uma senhora. Ao orar
por ela senti seu coração quebrantado que disse: "Estou fazendo o que o doutor disse. Estou tomando o
remédio JESUS".
Cenário: Consultório médico
Cena: O médico acaba de consultar o paciente e vai passar-lhe a "receita".
MÉDICO: É meu velho, eu não tenho boas notícias para você não.
AMADEU: (se arrumando, colocando a camisa, se abotoando, etc) - Fale logo doutor. Não precisa esconder nada de mim. Eu já estou preparado para o pior. Para ser franco, eu até já escolhi a cor do meu caixão.
MÉDICO: E para ser franco. A coisa para o seu lado está esquisita. Note bem, o teu coração já não bate mais (só apanha) a sua pulsação cessou por completo. Cientificamente você está morto.
Entendeu?
Mortinho da Silva. Aliás, eu nem sei o que você está fazendo em pé. Lugar de gente morta é no cemitério e deitada.
AMADEU: É que eu sou teimoso... Mas doutor, vamos deixar de piadas. Vamos falar sério. Afinal o que é que eu tenho?
MÉDICO: Ora Amadeu, então você acha que um médico de minha categoria, que já participou de congressos na Holanda tem tempo de ficar brincando. Se eu disse que você está morto, eu estou falando sério.
AMADEU: Mas como? Que conversa mais besta doutor!!!
MÉDICO: Está bem. Você quer provas não é mesmo? Pra você não dizer que eu estou mentindo, coloque a mão no coração.
AMADEU: (coloca a mão, para sentir as batidas).
MÉDICO: Sente alguma coisa? Alguma possível batida?
AMADEU: Sinto não, doutor. Meu Deus, o que será isso?
MÉDICO: Agora tente sentir o pulso.
AMADEU: (tentando sentir a sua pulsação).
MÉDICO: Sente alguma coisa?
AMADEU: Nadinha... (faz cara de assustado).
MÉDICO: É como eu disse meu caro. O senhor está morto e eu estou lhe informando. Apenas isto. O senhor está morto e não sabia. Cabe a mim como médico, dar-lhe a notícia.
AMADEU: Mas como assim doutor?
MÉDICO: Lembra daquele remédio que eu venho te receitando há tempos? Ele é a única solução.
AMADEU: Não doutor. Aquele remédio eu não quero.
MÉDICO: Então não posso fazer mais nada por você. Você está morto.
AMADEU: Mas doutor, pensa bem... O que é que eu digo lá em casa? Ninguém vai acreditar em mim. Imagina só. Eu chego em casa, reúno a família e digo: Pessoal, eu estou morto. Ora doutor...
MÉDICO: Fique calmo Amadeu. Eu já pensei nisso também. E é por causa disso que eu estou assinando o seu atestado de óbito. (Assina o atestado e entrega para o paciente). Aqui está. Agora vá para casa e comunique à sua família. E não se esqueça de convidar os amigos para o enterro. Tá?
AMADEU: (desolado) Tá bom... Mas doutor, o senhor tem certeza de tudo o que está me dizendo? Eu tô
morto mesmo???
MÉDICO: ...da Silva, meu amigo. Mortinho da Silva. Deve ser teimosia. Você logo se acostuma, aí será mais fácil. À propósito, deixe-me fazer-lhe uma pergunta: O senhor pretende ser enterrado amanhã ou depois?
AMADEU: Não sei. Mas eu não vou me esquecer de avisar o senhor. Pode ficar sossegado. (Sai triste, demorando para chegar na porta).
Cenário: Apaga-se a luz do consultório. Apenas um foco de luz acompanha Amadeu caminhando cabisbaixo enquanto ouve-se a Marcha Fúnebre. Amadeu para junto com a música (1a parada).
AMADEU: (falando sozinho). Mas não é possível. Eu não posso estar morto. Estou em pé. Estou falando. O que aconteceu comigo?
Cenário: Recomeça a Marcha Fúnebre. Amadeu caminha cabisbaixo até a 2a parada. A música para de novo.
AMADEU: (falando sozinho). Mas eu estou aqui com o atestado de óbito! E não ouvi meu coração! O que vou dizer em casa? Tenho que contar a eles...
Cenário: Recomeça a Marcha Fúnebre. Amadeu caminha para o segundo cenário, a sala de sua casa, onde encontra sua mulher. A música para As luzes acendem.
AMADEU: Oi ...
MULHER: Cruz credo Amadeu, mas que cara de defunto é essa?
AMADEU: Ué! Você já sabe? Quem te contou? Aposto que foi a Dona Maria Gorda, nossa vizinha.
MULHER: Ninguém me contou nada! Mas vamos lá meu velho, conte o que aconteceu. Por que é que você está com essa cara?
AMADEU: Eu falo. Mas quero todos reunidos aqui na sala. Agora eu quero uma reunião familiar para dar a notícia de uma vez só, sem ficar repetindo à toda hora.
MULHER: Ora, Amadeu. Deixe de fazer velório e conte logo. Você nunca foi de reunir a família.
AMADEU: Zenaide... chama logo os nossos filhos. Por favor respeite os mortos.
MULHER: Mortos? Tá bom. (chamando os filhos) - Lucinháááá... Carlinhos. Venham aqui que o papai quer falar com vocês...
LUCIA: (gritando de fora do palco) Agora não! Tenho que estudar!
CARLOS: (gritando de fora do palco) Mais tarde! Estou vendo MTV!
MULHER: É. Vou Ter que mudar de tática. (grita:) O almoço está na mesa !!
LUCIA: (entrando correndo junto com Carlos) Ai que fome! Onde está? Cadê a comida?
CARLOS: Até que enfim o almoço! Meu prato ...?
MULHER: Seu pai quer falar com vocês.
LUCIA: Oi, pai. O que você tiver que me contar, conta logo porque eu preciso estudar. Preciso aproveitar para estudar enquanto estou viva.
CARLOS: Fala aí, meu coroa. Qualé o lance?
MULHER: Muito bem, Amadeu. Já estamos todos aqui. Qual é a notícia?
AMADEU: Bem, o negócio é o seguinte: (pausa) - Bem, o negócio é o seguinte... (sem saber como entrar no assunto) - Bem, acho que vocês não vão acreditar, mas eu... mas eu...
CARLOS, LÚCIA e a MULHER( em coro): FALA LOGO!
AMADEU: Calma eu vou falar! É que eu estou morto! Isto mesmo! Eu morri.
(Carlos, Lúcia e a mulher juntos dão uma boa gargalhada.)
AMADEU: Escutem aqui, seus vampiros, suas hienas que comem carniça e dão risada. Eu não disse nenhuma piada. Eu estou falando sério. (eu sabia que ninguém iria me acreditar).
CARLOS: Essa foi boa pai. Conta outra. Depois eu quero contar a última que eu ouvi lá na escola.
LUCIA: Acho que vou voltar para os meus cadernos. Posso ir?
AMADEU: Está bem, seus patetas. Vocês pensam que eu estou brincando, não é mesmo? Então leiam isto. (Entrega o atestado de óbito para a mulher).
MULHER: (lendo o atestado). Sr. Amadeu Pereira, casado, brasileiro... casa mortis... parada cardíaca...
Meu Deus! Então é verdade! (exclama caindo sentada na poltrona).
AMADEU: Viram só como eu não estava brincando? O papai aqui está mais morto que a múmia do Egito. Venha cá minha filha... sinta as batidas do meu coração.
LUCIA: (colocando o ouvido no peito do pai) Meu Deus! Não está batendo. (assusta-se). Mãe, o pai está morto mesmo!
AMADEU: Agora você, Carlinhos esperteza. Sente o meu pulso. Afinal você está fazendo cursinho de medicina.
CARLOS: (com dificuldade em achar o pulso) É mesmo incrível. Está mais parado que o ataque do fluminense lá do Rio de Janeiro!
AMADEU: (triunfante). Então seus Tomés... Acreditam agora? Vocês não vão chorar? Se vocês gostam de mim, tem que chorar. Chorem! Vamos...
(Lúcia e Carlos se abraçam e choram artificialmente só para agradar o pai. Amadeu percebe e
desaprova. )
MULHER: Mas como é isso Amadeu? Como é que você está morto, se você está vivo? Quer dizer... Ah! Eu não quero dizer mais nada! Que confusão!
AMADEU: O médico falou que é de teimosia, mas que depois que eu me acostumar, a coisa fica bem mais fácil.
LUCIA: Médico? Quer dizer que o senhor foi ao médico e não nos contou nada?
AMADEU: Claro! E quem você acha que assinou o atestado de óbito? O Orlando açougueiro? E como é que eu iria ficar sabendo que estou morto?
CARLOS: O senhor por acaso pagou a consulta, pai?
AMADEU: Claro que paguei. Acha que eu sou algum caloteiro?
CARLOS: Então me desculpe, mas o senhor é muito burro. Onde já se viu um morto pagar a consulta?
AMADEU: (caindo em si). Sabe que você tem razão? Além de defunto-vivo eu sou um morto-burro.
MULHER: Mas como é que você fica discutindo com seu pai numa hora dessas. Respeite o seu pai, afinal ele é um defunto. Respeite a memória dele... quer dizer... eu não quero dizer nada porque minha mente está toda embaralhada.
LUCIA: Mãe, eu acho melhor a gente telefonar para o médico pra confirmar e também pra perguntar se é para fazer o enterro ou não.
MULHER: É mesmo. Eu vou ligar.
AMADEU: Isso mesmo. E depois já pode ligar para a funerária e encomendar o meu caixão. (cantarolando)..."quando eu morrer, me enterre na Lapinha".
MULHER: (com o telefone na mão). Pare com isso Amadeu. Pare de cantar essa música. Você quer deixar a gente mais nervosa ainda? (disca um número)
VOZ DO MÉDICO: (Atendendo o telefone). Clínica do doutor Ado Steinburg Hesendorg de Nictolis bom dia!
MULHER: - Alô... doutor Ado? Tudo bem? Aqui é dona Zenaide, mulher do Amadeu, que morreu mas não morreu. Quer dizer, aquele que o senhor diz que morreu mas está vivo. O senhor entende né?
VOZ DO MÉDICO: Perfeitamente dona Zenaide. Olha a senhora pode ficar sossegada. Seu marido já era! Pode encomendar o seu vestido de luto e mande-o deitar já. Ah... e não se esqueça de me convidar para o enterro.
MULHER: Mas doutor como é que pode? Ele está morto mas continua vivo...
VOZ DO MÉDICO: Eu não posso fazer nada, dona Zenaide. O coração dele não está batendo, a pulsação parou entende? Ele está clinicamente morto. E lugar de morto a senhora sabe onde é não é mesmo? Este mundo é dos vivos.
MULHER: (desolada). Está bem doutor... Obrigada... Olha, o enterro será amanhã. (desliga o telefone).
CARLOS: Então mãe, o que o médico falou?
MULHER: É verdade (chorando) seu pai está morto.
AMADEU: (triunfante outra vez). Não falei? Eu não sou "cara" de mentir não. Quando eu falo que tô morto é porque tô morto mesmo. E tem outra, eu sou o único defunto que vai assistir ao próprio velório. Carlinhos, vai buscar o meu terno no alfaiate, aquele que eu mandei cerzir. Eu quero ser
enterrado com ele.

Cenário: Apagam-se as luzes. Enquanto a sala é preparada para o Velório (caixão, flores, troca de roupa) uma pessoa levanta-se na plateia com foco iluminando-a e começa a ler um jornal.

PESSOA DA PLATEIA: Vejam só isso! Amadeu morreu. (lendo:) Convidamos os amigos e familiares ao enterro de Amadeu Pereira, a se realizar na rua Cova Rasa, sem número, Cemitério do Adeus. Bairro dos que não voltam. Incrível! Eu falei com ele ontem. Justo agora que ele me devia uma grana! É nessa eu acho que dancei... A morte não espera por ninguém mesmo... Vou dar uma passadinha lá mais tarde. Pobre Amadeu! (senta-se novamente após o foco nela se apagar).
Cenário: As luzes se acendem.
AMADEU: Então, como estou?
MULHER: Digno de um defunto !
Os convidados começam a chegar. Dão o tradicional "pêsames" à mulher, e se dirigem ao caixão.
MARIA GORDA(olhando para o defunto): Coitado! Este sim era um homem bom.
AMADEU: Apoiado! Além de ser homem, eu era bom. Não sei o que era melhor. Ser mais bom, ou mais homem.
Sr. ANSELMO: É, mas os bons sempre se vão mesmo... Pobre Amadeu!
AMADEU: Não é o seu caso, "velho unha de fome". Vai ficar mofando a vida toda aqui na terra.
SÍLVIA: Pobrezinho. Quisera fosse eu.
OSWALDO: E aí cara? Que furada hein? Já que você bateu as botas, dá pra me emprestar o carro pra sair com umas gatas?
AMADEU: Nem morto!
OSWALDO: Iii o cara, aí ! Tá legal. Tá legal.
Sr. CLEMENTE: Amadeu, amigo velho,. Lembra-se de nossas farras? E agora? Quem vai farrear comigo?
OSWALDO e CARLOS seguram o Sr. ANSELMO.
SÍLVIA: O médico. Cadê o médico?
MARIA GORDA: Eu o vi saindo!
LUCIA: Vamos lá levar o homem. Se não ele morre também!
Todos saem ficando apenas o Amadeu.
(Médico retorna com uma caixa de remédio enorme).
AMADEU: (assustado) Que remédio enorme!
MÉDICO: Mas este é o único que vai resolver o seu problema. Calma, vamos ler a bula.
COMPLEXO - J
Indicação: Contra todos os males do corpo, alma e espírito.
Contra-indicações: Nenhuma.
Posologia: Dose única, seguida de confissão de Jesus Cristo como único
Senhor de sua vida.
Efeitos: Alegria, paz, mansidão, domínio próprio...
AMADEU: Puxa Doutor! É isso mesmo que eu preciso.
(Amadeu toma o remédio)
MÉDICO: Agora repita comigo:
EU, AMADEU,
AMADEU: Eu, Amadeu,
MÉDICO: CONFESSO QUE SOU PECADOR...
AMADEU: Confesso que sou pecador
MÉDICO: PEÇO PERDÃO E ENTREGO TODA A MINHA VIDA ...
AMADEU: Peço perdão e entrego toda a minha vida...
MÉDICO: EM TUAS MÃOS, JESUS CRISTO.
AMADEU: Calma, Clemente. Assim você me mata de tristeza.
CLEMENTE: Mas você já está morto, Amadeu!!!
AMADEU: Eu sei, imbecil. É força de expressão.
MÉDICO: (chega ao enterro). Como está Amadeu ? Está melhor ?
AMADEU: Mais ou menos ! Doutor, eu estive pensando: Estou morto não estou? Depois do meu velório, eu vou ter que entrar aqui neste caixão para ser enterrado, não é? E quando a tampa deste caixão se fechar, o que vai acontecer comigo?
MÉDICO: Bem Amadeu? Teu futuro não vai ser muito bom não!
AMADEU: Como assim doutor?
MÉDICO: Amadeu, eu já lhe falei do único remédio que pode reverter esta situação, mas você não quer me ouvir.
AMADEU: Doutor, eu já estou cansado de experimentar isso, experimentar aquilo. Pra mim isto não funciona. Estes remédios nunca me ajudaram em nada. Eu estou cansado dessa situação. Eu preciso de uma resolução.
MÉDICO: Eu entendo Amadeu! O problema é que você está desiludido por ter passado sua vida inteira tomando os remédios errados. Este é diferente, este pode te ajudar.
AMADEU: Como o Senhor me garante que esse remédio vai resolver o meu problema ?
MÉDICO: Amadeu, sinta o meu coração. Hoje ele bate, mas um dia já esteve tão morto quanto o seu. Foi quando tive a oportunidade de conhecer este remédio e decidi tomá-lo. E é por isso que hoje eu Quer mais provas do que isto?
AMADEU: Não ! O senhor me convenceu, afinal onde está o remédio? Aquele tal de Complexo J, não é?
MÉDICO: É, o Complexo J, peraí que eu vou pegar no carro.
(Médico sai).
Sr. ANSELMO: (enquanto cheirava as flores do caixão). Atchim!! Atchim!!!!
MULHER: Rápido. Acudam! O velho está tendo uma crise!
Sr. ANSELMO: Atchim!! Atchim!!!!
AMADEU: Em tuas mãos Jesus Cristo.
MÉDICO: TU ÉS O ÚNICO SENHOR E SALVADOR DE MINHA VIDA.
AMADEU: Tu és o único Senhor e salvador de minha vida.
( Começa-se a escutar o coração batendo).
MÉDICO: O que você está sentindo?
AMADEU: Não sei explicar, mas é alguma coisa diferente que eu nunca havia sentido.
Médico : É, eu também não soube descrever quando isto ocorreu comigo. Eu me senti seguro.
AMADEU: É isso! Eu me sinto seguro. É como se eu tivesse feito algo certo.
MÉDICO: Você fez a coisa certa. Lembra dos outros remédios que você tomou?
AMADEU: Ah, não quero nem me lembrar.
MÉDICO: Pois é, este é um remédio muito especial. Curou seu espírito, salvou sua alma.
AMADEU: Curou meu espírito ?
MÉDICO: Isto mesmo. Outros remédios ajudaram o seu corpo, mas nunca curaram seu espírito.
AMADEU: Entendo. (pausa). E a minha família?
MÉDICO: Eles nunca foram ao meu consultório. Nunca tive oportunidade de receitar o Complexo J para eles.
AMADEU: Então eles também estão mortos ?
MÉDICO: Sim. E não sabem disso!
AMADEU: Tem remédio ainda na caixa?
MÉDICO: Tem sim Amadeu. Tem remédio pra todo mundo. Pra todo O mundo mesmo! Leva também pra sua família.
AMADEU: Certo doutor. Muito obrigado!
MÉDICO: Nos veremos em breve!
(a música e o coração diminui)
(Médico sai por um lado. Mulher do obituário entra pelo outro lado).
MULHER: Amadeu! Soube que você está vivinho da Silva. Fiquei tão feliz. Mas sabe daquele pequeno empréstimo do mês passado. Você já tem o dinheiro?
AMADEU: Nem morto! Brincadeirinha ... Você já ouviu falar deste remédio ?
(ambos caminham para a saída ainda conversando)