ALERTA
ALERTA
Esta peça foi baseada no caso verídico citado no livro “Abrindo o jogo com o adolescente” de Jamiel de O. Lopes.
Personagens:
- Paulo
- Ana
- Paulinho
- Doutora
CENA 1
Um casal está na sala. Enquanto Paulo lê o jornal, sua esposa Ana arruma a casa. Então começam a conversar:
ANA: - Amor, sabe que horas o Paulinho chegou ontem?
PAULO: - Não. Eu estava muito cansado pra notar, mas acho que foi às 22h.
ANA: - Você tava dormindo mesmo...o Jr. chegou às 2h da manhã. Paulo você tem que falar com ele! Não é a primeira vez que faz isso. Ele tem agido muito estranho ultimamente. Você já reparou como ele está diferente? Antes chegava cedo, ficava mais com a gente ou vivia estudando. Agora só pensa em baladas e anda com aqueles amiguinhos esquisitos. Estou muito preocupada, Paulo!.
PAULO: - Ana, você se preocupa demais! Nosso filho já está bem crescido. Nessa idade eu fazia a mesma coisa (ele continua lendo o jornal).
ANA: - Mas na sua época não tinha tanta violência e é muito perigoso estar até essa hora na rua. Só vou dormir quando ele chegar.
PAULO: - Deixa de tanta preocupação mulher! Enquanto você ta aí nervosa, o Jr. está aproveitando a juventude. Pará com essa arrumação e vai dormir. Eu espero o Jr. chegar.
ANA: - Você nem liga pro nosso filho! Acho que eu é que vou ter que falar com ele.
(Ana continua arrumando a sala e percebe que está faltando um objeto e diz: ) Onde será que eu coloquei? Mas eu deixei aqui na sala, tenho certeza. Vou procurar de novo...
PAULO: - O que você perdeu, Ana?
ANA: - Uma pulseira de ouro que ganhei da mamãe. Não sei onde está... você viu? É novinha! Tinha certeza que estava aqui.
PAULO: - Deve estar lá no quarto. Procure e vai achar.
ANA: - Vou dar uma olhada lá dentro.
Ana vai até o seu quarto procurar a tal pulseira e alguns minutos depois...(Paulo está na sala cochilando com o jornal aberto).
CENA 2
ANA: - Amor, procurei no quarto e nos outros cômodos da casa...acho que perdi. Ou será que...
PAULO: - Será o que, mulher!
ANA: - Que eu fui roubada?
PAULO: - Não, você deve ter perdido aqui dentro de casa.
ANA: - Mas eu já olhei em vários lugares. Ela não está! (fala muito nervosa)
PAULO: - Calma, Ana! Vou procurar com você. Se não encontrar vou tomar providências.
Paulo e Ana saem da sala e vão procurar a pulseira (saem de cena). Enquanto isso Paulinho chega em casa contando muito dinheiro e diz:
PAULINHO: - Pensei que fosse bijuteria, mas a “parada” era de ouro! Me dei bem!!!!(esconde a grana e chama os pais).
PAULINHO: - Mãe, pai cheguei!
ANA: - Ô filho! Que bom que chegou cedo!
PAULINHO: - Cadê o velho?
ANA: - Tá lá dentro, me ajudando a procurar uma coisa que perdi.
PAULINHO: - Posso ajudar, mãe?
ANA: - Claro! Filho, você viu uma pulseira que sua avó me deu? Nesse momento Paulinho fica desconfiado, coça a cabeça e desconversa.
PAULINHO: - Ah, mãe! Tô tão cansado! Me lembrei que não vou poder ajudar a senhora porque amanhã vou sair bem cedo. Tenho uma “parada” seriíssima pra resolver amanhã. Tô com sono! (boceja). Boa noite, mãe! Dá um beijo na testa dela e vai para o quarto (sai de cena).
CENA 3
No dia seguinte...Paulo e Ana estão novamente na sala conversando.
ANA: - Não acredito que perdi a pulseira que mamãe me deu!
PAULO: - Calma Ana! Já fui à delegacia prestar queixa. Agora é só explicar a sua mãe. Mudando de assunto...amor, onde o Paulinho foi?
ANA: - Não sei. Ele saiu bem cedo. Falando no Jr. achei meio diferente ontem... perguntei se tinha visto a pulseira e agiu estranho. Paulo não ouve o comentário de sua esposa e ela diz:
ANA: - Tá ouvindo, Paulo?
Ele olha o jornal e nem percebe os comentários de Ana. Ela vai preparar o café para seu marido, enquanto ele, desatento diz: - O que?
ANA: - Ah, deixa pra lá! Vamos tomar café. Quando vão sentar à mesa...o telefone toca e Paulo atende.
PAULO: - Alô! É ele mesmo. O que? Sei...(coloca a mão na testa) quando foi? Meu Deus? Sei onde é. Enquanto Paulo está no telefone, Ana fica desesperada querendo saber o que está havendo. Obrigado, disse Paulo.
Ao desligar o telefone ele está com uma expressão preocupada e diz:
- Amor, promete que vai ser forte?
ANA: - O que aconteceu? É com o Paulinho, não é? Com nosso filho! Fala pelo amor de Deus!!!
PAULO: - Nosso filho está internado no hospital. Foi uma overdose!
ANA: - O que? Quero ver meu filho, Paulo! (*fala desesperada*)
Paulo e Ana se abraçam e vão ao hospital. Chegando lá...
CENA 4
PAULO: - Vou perguntar a Dra. Fique aqui, Ana. - Dra, Dra, como está o Paulinho? Posso vê-lo?
DOUTORA: - O Sr. é pai do Paulo Almeida Jr. ?
PAULO: - sim.
DOUTORA: - O estado dele é grave! No momento o Sr. não pode vê-lo. Assim que puder eu o chamo.
PAULO: - Obrigado, doutora!
Paulo vai falar com sua esposa e diz o estado de seu filho. Em seguida, eles ficam aguardando notícias de Paulinho.
Minutos depois...
DOUTORA: - Sr. e Sra. Almeida, seu filho quer vê-los. Como está sob o efeito de medicamentos não consegue falar, mas escreveu um bilhete para vocês. Venham comigo!
Paulo e Ana acompanham a Dra. até o quarto de Paulinho. Os três saem de cena. Enquanto isso o bilhete de Paulinho é lido em voz oculta.
“ Sinto muito, mas acho que esse é o ultimo papo que eu tenho com vocês. Sabe, está em tempo de saberem a verdade que nunca suspeitaram. Vou ser mais claro: o tóxico me matou! Travei conhecimento com meu assassino aos 15 anos. Sabe como entrei no mundo das drogas? Por meio de um cara bem vestido e falante que me apresentou meu futuro assassino: o tóxico. Tentei recusar, mas o cidadão mexeu com meu brio, dizendo que não era homem. No começo foram as tonturas, depois o devaneio e a seguir a escuridão. Não fazia nada sem que o tóxico estivesse presente. Sabe, quando a gente tá nessa acha tudo ridículo. Até Deus eu achava ridículo! Hoje, neste hospital, reconheço que Deus é o ser mais importante do mundo. E sei que sem a ajuda dele eu não estaria escrevendo o que estou. Os médicos dizem que vou ficar curado, mas quando saem do quarto, balançam a cabeça. Sei que não tenho a menor chance de viver! É muito tarde pra mim. Mas tenho um pedido a fazer: digam a todos os jovens que conhecem e mostrem a eles este bilhete. Digam isto em cada cursinho, cada escola, faculdade, igrejas, em qualquer lugar...que há sempre um cara bem vestido que irá mostrar a eles seu futuro assassino, o destruidor de suas vidas que os levará à morte e a loucura como eu. Façam isso, por favor. Antes que seja tarde demais pra eles também! Me perdoem por fazer essas loucuras. Eu amo vocês!!!
sábado, 17 de abril de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
gostei, que isso seja um despertar para os jovens.
ResponderExcluir